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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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COMPARAÇÃO DE DIFERENTES EQUAÇÕES DE REFERÊNCIA NA AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA DE CRIANÇAS COM ASMA

João Gaspar Marques1,2,3, P Carreiro Martins1,2,3, Joana Belo1, Sara Serranho1, Isabel Peralta1, Nuno Neuparth1,2,3, Paula Leiria Pinto1,2

Afiliações:
1- Serviço de Imunoalergologia, Departamento de Pediatria, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa
2- CEDOC, Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade Nova de Lisboa, Campo dos Mártires da Pátria, Lisboa
3 – Departamento de Fisiopatologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa

Comunicação oral na XXXVI Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, Coimbra, Outubro de 2015

Resumo:
Introdução: Em 2012, a Global Lung Function Initiative (GLI) estabeleceu as primeiras equações de referência universais aplicáveis a todas as faixas etárias. Estas equações estão a ser progressivamente adoptadas, embora o impacto desta mudança na prática clínica não seja ainda claro. O objectivo deste trabalho foi comparar a aplicação das equações GLI 2012 com as equações utilizadas em crianças com asma, no nosso laboratório de função respiratória. 
Métodos: Análise retrospectiva das crianças (6-18 anos) com diagnóstico médico de asma e que realizaram espirometria em 2014, no laboratório de função respiratória do Hospital de Dona Estefânia. Foi avaliada a concordância das equações da GLI 2012 com a de Zapletal para três diferentes critérios de obstrução: FEV1<80% do valor previsto, FEV1<LLN (limite inferior do normal) e FEV1/FVC<LLN. Todas as análises de concordância foram realizadas através do teste Kappa de Cohen.
Resultados: Foram avaliadas 391 crianças (61% rapazes), com uma idade média de 12,4 anos (desvio-padrão: 3,1 anos). Considerando a equação de Zapletal, as percentagens de crianças classificadas como tendo obstrução brônquica para os diferentes parâmetros analisados foram: 7,7% para FEV1 <80% do valor previsto, 8,7% para FEV1 <LLN e 26,3% para FEV1/FVC <LLN. Considerando as equações da GLI 2012 as percentagens correspondentes foram: 12,0% para FEV1<80% do valor previsto, 11,8% para FEV1<LLN e 29,2% para FEV1/FVC <LLN. Utilizando a razão FEV1/FVC<0,70 como critério, 10,2% dos doentes foram classificados como obstruídos. Os coeficientes de concordância entre a equação de Zapletal e da GLI 2012 para os parâmetros analisados foram: 0,67 para FEV1<80% do valor previsto, 0,64 para FEV1<LLN e 0,85 para FEV1/FVC<LLN.
Conclusões: Observou-se uma boa concordância entre a equação utilizada no nosso laboratório (equação de Zapletal) e as equações da GLI 2012. A equação de Zapletal poderá constituir uma alternativa na avaliação da função pulmonar de crianças com asma, caso as da GLI 2012 não se encontrem disponíveis

Palavras Chave: asma; função pulmonar; idade pediátrica