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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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CIRURGIAS DE CORREÇÃO DE ESCOLIOSES E UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS PEDIÁTRICOS – UMA LONGA RELAÇÃO QUE PERDURARÁ

Tiago Milheiro Silva1, Marta Oliveira1, João Estrada1, João Campagnolo2, Jorge Mineiro3 Margarida Santos1

Afiliações:
1 – Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
2 – Serviço de Ortopedia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
3 – Consultor de Ortopedia do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE

Divulgação:
- 16º Congresso Nacional de Pediatria. Albufeira, 22-24 de outubro de 2015 (Poster com apresentação)

Resumo:
Introdução: As escolioses podem ser de causa idiopática ou secundária e destas a sua maioria são de origem neuromuscular (NMS). O tratamento das situações graves inclui opções cirúrgicas, sendo esta decisão tomada com base em fatores anatómicos, funcionais e estéticos. Dada a necessidade de tempos de anestesia prolongados, analgesia eficaz e incidência elevada de complicações peri-operatórias, é adequado o recobro pós-operatório em Cuidados Intensivos (UCI).
Objetivo: Pretende-se caracterizar a população de doentes submetidos a cirurgia de escoliose, durante recobro numa UCI pediátrica.
Material e métodos: Estudo retrospetivo, descritivo, referente ao período entre 2007 e 2014. Analisados dados demográficos, clínicos e complicações a curto prazo da cirurgia.
Resultados: Identificadas 104 admissões correspondendo a 89 doentes, 61 (68,5%) do sexo feminino, idade média de 13,7 anos, sendo que 73 (70,2%) correspondiam a escolioses NMS. A duração média de cirurgia foi de 6h. Índice TISS médio à entrada foi de 22,7 (mín 10; máx 41) e PRISM médio de 3,375 (min 0; máx 23). Dezanove (18,3%) crianças encontravam-se ventiladas à entrada, todas com doença NMS. Em 76 (73,1%) foi colocado cateter venoso central (média de permanência de 4,61 dias). Durante a permanência em UCI, 54 (51,9%) necessitaram de transfusão de derivado de sangue. Vinte e uma (20,2%) apresentaram critérios de falência de pelo menos 1 órgão. Registaram-se 21 intercorrências infecciosas. O tempo médio de internamento foi 4,6 dias. Sem registo de óbitos na UCI.
Conclusões: Vários estudos apontam para melhoria de qualidade de vida de doentes com escoliose grave após cirurgia corretiva. A identificação de grupos de risco poderá permitir prever as complicações mais frequentes e diminuir a morbilidade associada a esta intervenção.

Palavras Chave: Escolioses, Neuromuscular, Cuidados Intensivos