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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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A IMPORTÂNCIA DA CIRURGIA PEDIÁTRICA NOS CUIDADOS INTENSIVOS PEDIÁTRICOS – HOSPITAL DE DONA ESTEFÂNIA

Inês Salva1, Raquel Ferreira1, Gustavo Queirós1,2, Margarida Santos1

Afiliações:
1- Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
2- Serviço de Pediatria, Hospital de Vila Franca de Xira

Divulgação:
- Diálogos com Cirurgia Pediátrica. Lisboa, 6 de Junho de 2015 (Comunicação oral)

Resumo:
Introdução: o Hospital de Dona Estefânia é um centro de referência na área da cirurgia neonatal e pediátrica na zona Sul de Portugal. A abordagem da patologia cirúrgica implica frequentemente uma colaboração estreita entre a Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos e a Cirurgia Pediátrica.
Objetivos: caracterizar os doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital de Dona Estefânia por patologia cirúrgica.
Material e métodos: estudo descritivo, retrospetivo transversal das características clínicas e sociodemográficas dos internamentos na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos entre 2005 e 2014, com recurso à base de dados REUNIR e aos processos clínicos individuais.
Resultados: ocorreram 1328 internamentos por patologia cirúrgica, sendo 51.1% desses do foro da Cirurgia Pediátrica (n=679). Os internamentos por patologia cirúrgica (Cirurgia Pediátrica) corresponderam a 23.8% dos internamentos na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos.  A idade mediana foi de 3,7 anos (mínimo 20 dias, máximo 20,5 anos). As causas mais frequentes de internamento foram: patologia cirúrgica abdominal (47.5%), patologia torácica (30.6%), patologia urogenital (11.6%), patologia hepato-biliar (5.5%) e patologia craniofacial (3.3%). Relativamente à patologia cirúrgica abdominal, as duas causas predominantes foram a excisão tumoral (n=122) e a oclusão intestinal (n=45). Quanto à patologia torácica, a mais frequente foi o desbridamento/descorticação por empiema (n=90), seguido da excisão tumoral (n=49). A correção de extrofia vesical foi o motivo de internamento mais frequente do foro urogenital (n=38). A maioria dos doentes (74,7%) apresentavam doença crónica, predominantemente oncológica (n=167) e gastrintestinal (n=134). Objetivou-se falência orgânica em 24,8% dos doentes, sobretudo respiratória (n=144). Os procedimentos mais frequentemente efetuados na Unidade foram a colocação de cateter venoso central (n=310) e a ventilação (n=264). Houve necessidade de utilização de hemoderivados em 17,4% dos casos. A duração mediana de internamento foi de 4 dias (mínimo 1 dia; máximo 106 dias).
Conclusões: a patologia cirúrgica pediátrica é frequente na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital de Dona Estefânia e está associada a necessidade de abordagem multidisciplinar de grande complexidade, que se reveste de grande importância sobretudo na prevenção de complicações pós-operatórias.

Palavras Chave: multidisciplinar, pós-operatório, cirurgia, cuidados intensivos pediátricos.