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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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QUALIDADE DE VIDA E DOENÇA RESPIRATÓRIA NO IDOSO

Joana Belo1, Pedro Martins1,2, Teresa Palmeiro2, Iolanda Caires2, Paula Leiria Pinto1,2, Nuno Neuparth1,2

1 - Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Rua Jacinta Marto, 1169-045, Lisboa
2 - CEDOC, NOVA Medical School / Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa, Campo dos Mártires da Pátria, 130, 1169-056 Lisboa, Portugal

XXXV Reunião Anual da SPAIC - Asma e Ambiente. 3 a 5 de Outubro de 2014, Porto.
Reunião Nacional
2º Prémio Melhor Poster Sessão de Posters IV

Resumo:
Introdução: As doenças crónicas respiratórias podem associar-se com pior qualidade de vida (QoL), devido à sintomatologia e limitações decorrentes de uma ausência de controlo. No idoso, este problema será ainda mais notório devidos às diferentes comorbilidades habitualmente existentes.
Objectivo: Estudar a associação entre qualidade de vida no idoso e a existência do diagnóstico de asma, rinite alérgica e pieira nos últimos 12 meses.
Métodos: No âmbito da 1ª fase do Projecto GERIA seleccionaram-se aleatoriamente 53 lares de Lisboa e Porto estratificados por freguesia. Entre Setembro de 2012 e Abril de 2013 foram aplicados aos utentes destes lares tres questionários: um que incluía questões relativas ao diagnóstico médico de asma e rinite alérgica (RA), outro de avaliação de qualidade de vida (WHOQOL-Bref) e um terceiro questionário de avaliação do estado cognitivo (mini-mental state). Efectuou-se uma análise descritiva das respostas e estudada a associação da existência de diagnóstico de RA, de asma e pieira nos últimos 12 meses, com os scores de cada uma das quatro dimensões do WHOQOL-Bref (físico, psicológico, relações interpessoais e ambiente) através de estudo de regressão logistica. Considerou-se na análise o efeito do género, da idade, da escolaridade, do estado civil e do estado cognitivo.
Resultados: De um total de 2110 utentes foram inquiridos 933 idosos, com uma média etária de 84,1± 7,2 anos, com predomínio do sexo feminino (79%). Dos inquiridos, 124 (13,3%) referiram ter diagnóstico médico de RA e 81 (8,7%) o diagnóstico médico de asma. Na amostra, 105 idosos (11,3%) reportaram ter tido pieira nos últmos 12 meses. Após ajustamento, encontrou-se associação com um score inferior a 12 (valor indicador de pior QoL) no domínio físico da asma (OR:2,30; IC 95%: 1,42– 3,72; p=0,001) e da rinite alérgica (OR:1,53; IC 95%: 1,00 – 2,34; p=0,049) do WHOQOL-Bref. A existência de pieira nos últimos 12 meses associou-se com um score inferior a 12 nos domínios físico (OR:2,39; IC 95%: 1,55– 3,67; p<0,001) e psicológico OR:1,62; IC 95%: 1,05– 3,2,50; p=0,028).
Conclusões: A associação alcançada entre pior qualidade de vida e os diagnósticos de asma e rinite sugerem que os idosos terão limitações físicas decorrentes destas doenças. Uma optimização do controlo das mesmas poderá contruibuir para uma melhoria da QoL.

Palavras Chave: qualidade de vida, doença respiratória, idoso