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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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PRESCRIÇÃO DE PSICOFÁRMACOS NA UNIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE UM HOSPITAL DE NÍVEL III

Tânia Moreira¹; Nuno Pangaio²; Sílvia Afonso¹; Patrícia Lopes¹; João Estrada¹

1- Unidade de Desenvolvimento, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa;
2- Departamento de Pedopsiquiatria e Saúde Mental da Infância e da Adolescência, Centro Hospitalar do Porto, EPE, Porto

- Reunião Clínica da Área de Pediatria Médica, 22 de julho de 2014 (comunicação oral)
- 15º Congresso Nacional de Pediatria, Albufeira, 16 a 18 de outubro de 2014 (poster com discussão)

Introdução: A abordagem farmacológica na patologia do neurodesenvolvimento é complexa face à escassez de fármacos aprovados na idade pediátrica, do conhecimento limitado dos efeitos a longo prazo e da dificuldade na avaliação objetiva da eficácia.
Objetivos: Caracterizar a população de doentes seguidos na Unidade de Desenvolvimento (UD) de um hospital de nível III, segundo variáveis demográficas e clínicas, intervenção terapêutica implementada (farmacológica e não farmacológica), prescrição de psicofármacos e respectivo consumo adicional de recursos.
Métodos: Estudo retrospetivo descritivo da população de doentes observados na UD entre 1 de dezembro de 2013 e 31 de maio de 2014, através de consulta de processo clínico informatizado.
Resultados: Foram observados 450 doentes, entre os três meses e os 17 anos, 68% do sexo masculino. Do total de 788 consultas, 147 constituíram renovação de receituário. Cerca de 44% por doentes estão medicados, sendo que 38% do total beneficiam de intervenção farmacológica e não farmacológica. Os diagnósticos mais frequentes dos doentes medicados são Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção, Perturbação do Espetro do Autismo e alterações do comportamento. O início da medicação ocorreu, em média, aos 6,5 anos, com uma proporção superior de doentes do sexo feminino. Os psicofármacos mais utilizados são o metilfenidato e risperidona, sendo a monoterapia adotada em 75% dos doentes. Em 22 doentes ocorreram efeitos secundários que motivaram a suspensão do fármaco.
Conclusões: A utilização off-label de psicofármacos é uma realidade crescente na consulta de desenvolvimento, com consumo adicional de recursos. A intervenção farmacológica é útil no controlo dos sintomas, devendo ser integrada numa abordagem terapêutica multissistémica.

Palavras Chave: psicofármacos; neurodesenvolvimento