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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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ESPONDILODISCITE NA IDADE PEDIÁTRICA: A IMPORTÂNCIA DE UM DIAGNÓSTICO PRECOCE

Rosário Perry da Câmara¹; João Campagnolo²; Jorge Mineiro²; Delfin Tavares²; Catarina Gouveia¹

1 - Unidade de Infecciologia, Área de Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa
2 - Serviço de Ortopedia, Área de Pediatria Cirúrgica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa

- 15º Congresso Nacional de Pediatria, 16-18 de Outubro de 2015, Albufeira (Comunicação Oral)
- Acta Pediátrica Portuguesa v. 45 (2014) suplemento (Publicação sob a forma de resumo)


Resumo:

Introdução e Objectivos
A espondilodiscite e a osteomielite vertebral são raras na idade pediátrica, correspondendo a 2-4% das infecções osteoarticulares. O agente etiológico mais comum é o S. aureus.

Metodologia
Estudo retrospectivo e descritivo dos doentes internados com o diagnóstico de espondilodiscite/osteomielite vertebral num hospital terciário da área metropolitana de Lisboa de 1 de Janeiro de 2008 a 31 de Dezembro de 2013. Foram excluídos casos de tuberculose. Procedeu-se à consulta dos processos clínicos dos doentes.

Resultados
Foram identificados 17 casos, 9 do sexo masculino (52.9%) com uma média de idades de 4.7 anos (mín 9 meses, máx 17 anos). As queixas iniciais foram: dor à mobilização – 10 (58.8%), febre – 9 (52.9%), alterações da marcha – 7 (41.2%), dor abdominal – 3 (17.6%), prostração e irritabilidade. Em média, a duração prévia dos sintomas foi de 19 dias. Tinham alterações na radiografia 3 doentes (17,6%). Todos realizaram RMN que confirmou o diagnóstico. O segmento mais afectado foi o lombar (64.7%). Em 13 (76.5%) o agente etiológico não foi identificado. Num doente a hemocultura foi positiva para S. Aureus e em três doentes verificou-se seroconversão para Bartonella sp. A todos foi administrada antibioterapia sequencial, na maioria com flucloxacilina e gentamicina, e 12 (70.6%) utilizaram ortótese. Apesar de oito doentes (47.1%) apresentarem abcesso paravertebral, em nenhum foi necessário tratamento cirúrgico. Cinco (29.4%) ficaram com sequelas minor – esclerose vertebral ou discal, calcificações e dor neuropática residual.

Conclusões
Na idade pediátrica o diagnóstico é dificil ou tardio pela baixa especificidade da sintomatologia. A terapêutica é em geral conservadora, com uma percentagem de sequelas reduzida ao final de 2 anos, tal como observado na nossa série.

Palavras Chave: Espondilodiscite, Osteomielite vertebral, Infecção osteoarticular