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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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O QUE VOU SER QUANDO FÔR GRANDE?

Ana Catarina Guerra*, Flora Candeias, Nunes C**, Rita Côrte-Real***

* Serviço de Doenças Infecciosas, Hospital Garcia de Orta,
**Unidade de Infeciologia, Unidade de Imunodeficiências,  Hospital de D. Estefânia, CHLC
*** Serviço de Patologia Clínica, CHLC

Introdução - A infeção VIH / Sida na idade pediátrica apresenta características diferentes da infeção contraída na idade adulta. O objetivo deste trabalho foi definir o perfil demográfico, epidemiológico, laboratorial e de terapêutica antirretrovírica de um grupo de crianças/ adolescentes tratadas em ambulatório num Hospital Central de Lisboa.
Material e métodos - Na consulta estão em seguimento cerca de 100 doentes. Para a elaboração deste trabalho foram analisados retrospetivamente os processos clínicos de 77 doentes seguidos regularmente na Consulta de Imunodeficiências do Hospital de D. Estefânia - Centro Hospitalar de Lisboa Central, infetados pelo VIH, sem co-infeções pelos virus da hepatite B e/ou C. Os dados recolhidos incluíram: sexo, data de nascimento, nacionalidade, via de transmissão, data de diagnóstico, história terapêutica e adesão à terapêutica, valor de carga vírica do VIH, valor absoluto de linfócitos TCD4+ e subtipo do VIH.
Resultados - A nossa população foi constituída por 42 (54.5%) pessoas do sexo feminino, com uma mediana de 15 anos, predomínio de nacionalidade portuguesa (n=61,79.2%) e de transmissão materno-fetal (n=68, 88.3%). O diagnóstico da infecção VIH foi feito há 10 anos (mediana, com intervalo entre 1-18). A maioria, 71 (92.2%) encontra-se sob terapêutica antirretrovírica e cerca de 23 (29.5%) tiveram experiência prévia com mais de um esquema terapêutico. A adesão foi considerada boa na maioria dos doentes (n=56, 78.9%). Laboratorialmente verificou-se que 72% dos doentes têm carga viral do VIH indetetável e valores de linfócitos TCD4+ de 707 cels/uL (236-2201). O subtipo B foi predominante (8/25).
Conclusões - A maioria dos doentes seguidos nesta Consulta encontra-se sob terapêutica antirretrovírica, com supressão vírica sustentada e um status imunológico favorável. Factores como a duração da infecção, terapêuticas anteriores com vários esquemas e a adesão serão importantes no sucesso futuro do tratamento destes doentes.

Palavras-chave: infeção VIH, criança, adolescente