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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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FATORES DE PROGNÓSTICO NAS TIMPANOPLASTIAS SIMPLES EM CRIANÇAS – CASUÍSTICA DE 4 ANOS DO HOSPITAL DE DONA ESTEFÂNIA (HDE) DO CENTRO HOSPITALAR LISBOA CENTRAL (CHCL-EPE)

José Colaço, Inês Moreira, Luísa Monteiro

Serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial do Hospital de Dona Estefânia (CHLC EPE)

Reunião anual da sociedade portuguesa de otorrinolaringologia e cirurgia cervico facial, Porto , Maio 2013


RESUMO

Objetivos
: Identificação de fatores de prognóstico em crianças submetidas a timpanoplastia simples.

Introdução: A criança antes dos 6 anos de idade tem uma imunidade, características anatómicas do ouvido médio e da trompa de Eustáquio diferentes do adulto. Inúmeros estudos têm tentado identificar fatores de prognóstico que influenciem os resultados funcionais e anatómicos de timpanoplastia na criança

Materiais e métodos: Estudo retrospetivo baseado na análise de todos os processos clínicos de crianças entre os 0 e os 15 anos de idade, submetidas a timpanoplastia simples no HDE durante um período de 4 anos (01/01/08 até 31/12/11). Recorreu-se ao SPSS versão 16 para a análise estatística dos dados. Neste período foram codificadas 260 Timpanoplastias Simples no Serviço de Otorrinolaringologia do HDE de acordo com a classificação ICD-9. Foram recolhidos dados relativos ao sexo, idade, lateralidade do ouvido submetido a timpanoplastia simples, estado do ouvido contralateral, local, tamanho e etiologia da perfuração, avaliação audiologica pré e pós-operatória, volume timpanométrico pré-operatório, associação ou não de mastoidectomia e complicações pós-operatórias. Foram considerados como insucesso cirúrgico: 1- Persistência de GAP aéreo-ósseo superior a 20 dB/ou agravamento na avaliação audiológica; 2 - aparecimento de atelectasia timpânica, otite serosa, reperfuração ou colesteatoma.

Resultados: Das 260 timpanoplastias realizadas neste período no serviço foram incluídos no estudo apenas 109 crianças, tendo sido excluídos os seguintes casos: idade superior a 15 anos (n: 38); diagnóstico inicial  de colesteatoma ou atelectasia (n: 60); seguimento inferior a 6 meses (n: 24); processos clínicos incompletos (n: 29). Das timpanoplastias realizadas, obteve-se sucesso cirúrgico em: 68.8% e insucesso cirúrgico em: 31.2%.

Conclusões: Ao contrário dos estudos publicados, no nosso estudo o único factor de prognóstico associado a insucesso cirúrgico nas timpanoplastias foi o sexo feminino, apesar de ter uma baixa evidência estatística (p=0.08). São assim necessários mais estudos para clarificar esta temática.