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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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TUBERCULOSE GANGLIONAR: ABORDAGEM DIAGNÓSTICA E TERAPÊUTICA EM 2022- A PROPÓSITO DE DOIS CASOS CLINICOS

Ana Rita Gonçalves1, Ana Margarida Garcia2 , Tiago Milheiro Silva2, Catarina Gouveia2

1 - Pediatria Médica, Área de Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânica, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
2 - Unidade de Infecciologia, Área de Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânica, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- 22º Congresso Nacional de Pediatria

Introdução: As mais recentes (2022) orientações de tratamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) preconizam, em casos selecionados, esquemas terapêuticos mais curtos (4 meses-2 HRZ(E)/2HR) na tuberculose não severa.
Relato do caso: Caso 1: Rapariga, 14 anos, natural de Angola, em Portugal há 3 anos. Apresentava massa supraclavicular direita, pétrea, 10 cm, com 3 meses de evolução. Da investigação: IGRA Qtf positivo, ecografia com adenofleimão com liquefação necrótica, biópsia com linfadenite granulomatosa necrotizante com BAAR negativo, TAAN para Mycobacterium tuberculosis (Mt) complex positivo e exame cultural positivo para Mt multissensível. Excluído envolvimento de outros órgãos. Iniciou terapêutica antibacilar (HRZE). De acordo com orientações OMS, indicação para 4 meses de terapêutica.
Caso 2:  Rapariga, 15 anos, natural do Nepal, em Portugal há 5 anos. Apresentou lesão nodular supraclavicular direita com sinais inflamatórios com 4 meses de evolução, tosse e perda 3 meses de evolução, respetivamente. Da investigação destaca-se: Mantoux 20x15mm, IGRA Qtf positivo, ecografia com coleção abecedada com BAAR negativo, TAAN positivo e cultural positivo para Mt multissensível na biópsia e suco gástrico. A TAC torácica revelou adenopatias mediastínicas, lesões micronodulares apicais esquerdas e direitas e condensação parenquimatosa do lobo superior esquerdo. Excluído envolvimento de outros órgãos. Iniciou terapêutica antibacilar (HRZE). De acordo com orientações OMS, indicação para 6 meses de terapêutica.
Conclusões: A implementação das novas recomendações da OMS exigirá uma seleção criteriosa dos candidatos a esquemas mais curtos de tratamento, com potenciais benefícios na adesão terapêutica e toxicidade medicamentosa.

Palavras Chave: Tuberculose, Adenopatia, Terapêutica