imagem top

2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

CHULC LOGOlogo HDElogo anuario

APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO EM ADULTOS COM ASMA

Gonçalo Martins-dos-Santos1, Pedro Simão Coelho1, Inês Sangalho1, Fernando Carvalho1, Sara Serranho1, Sandra Santos1, Ana Brito1, Pedro Carreiro Martins1, Paula Leiria Pinto1

1 - Serviço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- 43ª reunião anual da SPAIC

INTRODUÇÃO. A asma brônquica associa-se frequentemente a comorbilidades, entre as quais a síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS). A SAOS é uma entidade subdiagnosticada que poderá dificultar a gestão do doente com asma e cuja prevalência e impacto neste grupo de doentes é variável entre os estudos. Este trabalho tem como objectivo caracterizar a relação entre asma e SAOS. MÉTODOS. Estudo observacional e transversal, unicêntrico. Foram recrutados, entre dezembro de 2021 e julho de 2022, indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos, aos quais foi solicitada prova funcional respiratória e que apresentavam pontuação ≥2 na Escala A2. Os dados foram recolhidos através de um questionário padronizado, complementado com a consulta do processo clínico. O risco de SAOS (elevado ou baixo) foi avaliado através da aplicação do Questionário de Berlim, a gravidade da asma com base no GINA 2022 e o grau de controlo da asma através do Questionário ACT.
RESULTADOS. Foram incluídos 160 doentes, 66% (n=105) do género feminino, com idade mediana (IQR) de 28.5 (24.0) anos. Entre os doentes incluídos, 32% (n=51) encontram-se nos degraus 4-5 do GINA e 21% dos doentes (n=33) apresentam elevado risco de SAOS. Os doentes com elevado risco para SAOS apresentaram maior gravidade de asma, com 49% (n=16) dos doentes nos degraus 4-5 do GINA em comparação com 28% (n=35) nos doentes com baixo risco para SAOS (p=0.022). O grupo de doentes com elevado risco para SAOS apresentou menor controlo de sintomas respiratórios, com 52% (n=17) dos doentes controlados no grupo de elevado risco para SAOS, em oposição a 80% (n=101) nos doentes com baixo risco (p=0.001).
CONCLUSÃO. Os doentes com elevado risco para SAOS apresentaram maior gravidade de asma e menor controlo de sintomas. É essencial reconhecer e tratar esta comorbilidade com impacto negativo na gestão do doente com asma.

Palavras Chave: alergia, apneia, asma