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2023

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ANÁLISE AEROBIOLÓGICA E ALERGÉNICA DO PÓLEN DE AMARANTHACEAE NA REGIÃO DO ALENTEJO (SUL DE PORTUGAL)

Elsa Caeiro1; Joana Almeida2; Pedro Carreiro-Martins3

1 - Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica – SPAIC, Lisboa, Portugal
2 - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Évora, Évora, Portugal
3 - Serviço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa, Portugal

-  Revista Portuguesa de Imunoalergologia

Nos últimos anos, o pólen produzido pelas plantas da família Amaranthaceae tem ganho uma maior relevância como causa de alergia dado que as plantas desta família têm a capacidade de colonizar rapidamente zonas sob condições adversas que têm vindo a aumentar nalgumas regiões do mundo devido às alterações climáticas.
Objetivos: 1) Analisar a prevalência e o comportamento aerobiólogico do pólen de Amaranthaceae na região do Alentejo; 2) analisar a influência dos fatores meteorológicos sobre as concentrações de pólen atmosféricas; e 3) avaliar os níveis de exposição.
Material e métodos: Para o estudo utilizaram-se os dados das concentrações médias diárias do pólen atmosférico de Amaranthaceae de 2001 a 2019, recolhidos na estação de monitorização de Évora da Rede Portuguesa de Aerobiologia – RPA e os dados diários dos parâmetros meteorológicos cedidos pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera – IPMA.
Resultados: O pólen de Amaranthaceae apresentou uma baixa representatividade sempre <1%. O índice de pólen anual médio foi de 400 ± 112 grãos de pólen. A estação polínica ocorreu entre abril e outubro, durou em média de 161 ± 16 dias, e observaram-se dois períodos distintos, um na primavera e outro no verão. Entre os níveis de pólen e os parâmetros meteorológicos obtiveram-se correlações estatisticamente significativas. Níveis de exposição superiores a 10 grãos/m3 registaram-se maioritariamente em maio, mas também no início de junho, em agosto e setembro.
Conclusão: Apesar da baixa representatividade, das baixas concentrações, registam-se dias cujos níveis de exposição a este tipo de pólen oferecem risco de desencadearem sintomas de alergia na população. Ocorre no ar simultaneamente com outros pólenes de elevada alergenicidade, gramíneas e oliveira, com os quais apresenta reatividade cruzada. Este estudo demonstra a importância da monitorização deste tipo de pólen e a sua utilidade na clínica para a melhoria da qualidade de vida dos doentes com sensibilização ao pólen.

Palavras Chave: Alergia ao pólen, Amaranthaceae, estação polínica, fatores meteorológicos, pólen atmosférico, Sul de Portugal