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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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ATAQUES DE PÂNICO – O QUE FAZER?

Inês de Oliveira1; Cristina Marques2

1 - Interna de Formação Específica em Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Área de Pediatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
2 - Assistente Hospitalar de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Chefe de Equipa na Clínica do Parque, Área de Pediatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- Reunião internacional sob o formato de poster – 5.º Congresso Internacional da Criança e do Adolescente ICCA 2021

Resumo:
Introdução: Um ataque de pânico é um período abrupto de medo ou desconforto intenso que atinge um pico em minutos, durante o qual ocorrem sintomas como palpitações, sensação de falta de ar, sensação de tontura, medo de morrer, entre outros. Podem ocorrer no contexto de qualquer perturbação de ansiedade, bem como de outras perturbações mentais e algumas condições médicas.
Objetivos: Sistematização de linhas condutoras a ter em conta na intervenção terapêutica. Identificação de estratégias úteis de aplicar durante episódios de ataques de pânico, de forma a capacitar os vários profissionais que lidam diretamente com crianças e adolescentes a abordarem este tema junto dos mesmos e a serem elementos contentores durante o momento de crise.
Métodos: Revisão não sistemática da literatura na base de dados PubMed com as palavas chave “child”, “adolescent”, “panick attack”, “anxiety attack”. Recurso ao DSM-5. Caso clínico, ilustrativo do tema, acompanhado em consulta de Pedopsiquiatria.
Resultados: Na intervenção terapêutica é importante normalizar a ansiedade – ajudar a criança/adolescente a perceber o que é e para que serve, e a identificar o que sente, o que pensa e o que faz durante os episódios. Ajudá-la a identificar fatores desencadeantes e de alívio. Fazer o ensino de estratégias a aplicar durante os episódios, nomeadamente: alertar um adulto de referência, sentar-se, distrair-se (enumerar algo, fazer contagens), controlar a respiração (respirar para dentro de um saco), técnicas de relaxamento. Frequentemente é, ainda, fundamental a articulação com a escola (identificação de figura de referência na escola) e intervenção familiar.
Conclusões: A forma como os ataques de pânico são vivenciados pela criança e o impacto que têm na sua qualidade de vida estão intimamente associados ao conhecimento que a criança tem acerca do que está a experienciar. Dessa forma, as crianças ou adolescentes compreenderem o que estão a vivenciar e terem estratégias para lidar com estes momentos é fundamental para reduzir o impacto negativo destes eventos na sua qualidade de vida.