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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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ABORDAGEM DA VIA AÉREA EM PEDIATRIA NA PANDEMIA COVID-19

Rita Pinheiro1; Mónica Paes Mamede2; Luís Montenegro3; Joana Rodrigues4; Gabriela Costa5

1 - Anestesiologia, Hospital de Vila Franca de Xira, Vila Franca de Xira;
2,4,5 - Anestesiologia,Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa;
3 - Anestesiologia, Hospital Garcia da Orta, Almada

- Poster/Guidelines SPA e CAR

Introdução: Em tempo de pandemia por SARS-CoV2, a abordagem invasiva da via aérea como procedimento gerador de aerossóis em doentes com suspeita ou infeção confirmada, tornou-se um tema relevante.
Objetivo: A pandemia obrigou a alterações no planeamento e abordagem da via aérea em doentes pediátricos, cuja especificidade pretendemos sistematizar.
Discussão: Para a correta abordagem da via aérea em Pediatria é necessária a realização prévia de uma checklist com material necessário, tendo em especial atenção a adequação do material escolhido em função da idade e peso da criança e da existência de uma via aérea difícil expectável.
A correta colocação e retirada do equipamento de proteção individual é importante para mitigar o contágio dos profissionais de saúde. A abordagem da via aérea deve ser realizada pelo anestesista mais experiente em ambiente sem pressão positiva. O ventilador deve estar preparado com um filtro HEPA no ramo expiratório e o doente monitorizado com monitorização standard ASA. O acesso venoso deve ser colocado previamente à indução anestésica uma vez que a indução inalatória deve ser evitada. Após uma adequada pré-oxigenação, deve-se optar por uma técnica de indução de sequência rápida com recurso à videolaringoscopia. Após a intubação deve-se retirar o condutor e clampar a extremidade proximal do tubo orotraqueal. O tubo orotraqueal deve ser conectado ao ventilador, o cuff deve ser insuflado, o tubo desclampado e só depois se inicia a ventilação controlada. O correto posicionamento do tubo orotraqueal deve ser confirmado por expansão torácica bilateral e simétrica e pela capnografia. Não se deve auscultar. A extubação deve ser suave, evitando a tosse. Uma interface impermeável pode ser utilizada para evitar dispersão de partículas. O tubo orotraqueal deve ser retirado ainda conectado ao sistema ventilatório. Após a extubação, deve ser colocada a máscara cirúrgica do doente. O recobro deve ser feito na sala operatória ou na Unidade de Cuidados Intensivos. Todo o material reutilizável utilizado na abordagem da via aérea deve ser descontaminado e desinfetado.
Conclusão: O correto planeamento e abordagem torna a execução desta técnica mais segura para os doentes e para os profissionais de saúde nela envolvidos.

Palavras Chave: COVID-19, Abordagem da Via Aérea em Pediatria