imagem top

2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

CHULC LOGOlogo HDElogo anuario

ODONTODISPLASIA REGIONAL - CASO CLÍNICO

Afonso Martins1, Luísa Figueiredo2, Yashad Mussá3, Marcelo Prates4, Jorge Pinheiro5, Ana Fernandes6

1, 2, 3, 4 – Serviço de Estomatologia, Hospital de São José, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central
5, 6 – Unidade de Estomatologia, Hospital de D. Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central

- Poster – Encontro Nacional de Internos de Estomatologia, Lisboa, 2019.
- Publicação sob a forma de resumo alargado - Revista da Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses (AMEP) nº 16, junho de 2019.

Introdução: A odontodisplasia regional é uma anomalia do desenvolvimento dentário, rara, não-hereditária, de etiologia desconhecida que afeta os componentes epitelial e mesenquimatoso do gérmen. Pode comprometer quer a dentição decídua quer a permanente e geralmente atinge vários dentes de um quadrante, sem dentes normais interpostos. É mais frequente na maxila. Caracteriza-se pela existência de dentes com forma, cor e textura bizarras que merecem a designação de “dentes fantasma”.
Relato de caso: Sexo masculino, 4 anos de idade, observado na Unidade de Estomatologia do Hospital de Dona Estefânia, por abcesso palatino esquerdo recorrente relacionado com molares decíduos dismórficos. A ortopantomografia e TAC revelaram anomalia dentária, limitada ao 2º quadrante, com hipoplasia e hipomineralização da dentição decídua e permanente (com exceção de 26), compatível com a designação de “dentes fantasma”. Procedeu-se à extração de 64 e 65 com resolução do quadro infeccioso. Aos 10 anos ocorre novo quadro infeccioso, resolvido com a extração de 21, também ele dismórfico. Posteriormente, aos 11 anos de idade, foi confecionada prótese removível mucossuportada com parafuso de expansão. Pela ausência de sintomas e, para favorecer o crescimento harmónico da face, não se promoveram as extrações dos dentes dismórficos retidos. O doente abandonou a consulta aos 13 anos.
Conclusões: O tratamento da odontodisplasia regional depende da severidade da anomalia, complicações, idade do doente e necessidades funcionais e estéticas. A manutenção dos dentes dismórficos, assintomáticos, tem efeitos benéficos no crescimento da face. Na criança deve ser ponderada a confeção de prótese, readaptada e substituída periodicamente. No adulto a reabilitação é passível de ser feita com prótese implantossuportada após extração dos dentes dismórficos retidos.

Palavras Chave: dentes-fantasma, infeção, odontodisplasia