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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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PEDIATRIA DO NEURODESENVOLVIMENTO. LEVANTAMENTO NACIONAL DE RECURSOS E NECESSIDADES

Guiomar Oliveira1,2,3, Frederico Duque1,3, Cristina Duarte4, Fernanda Melo5, Luisa Teles6, Mafalda Brito7, Maria Carmo Vale8, Maria Júlia Guimarães9, Rosa Gouveia10.

1 - Unidade de Neurodesenvolvimento e Autismo, Centro de Desenvolvimento Luís Borges, Hospital Pediátrico Carmona Mota, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra;
2 - Centro de Investigação e Formação Clínica, Hospital Pediátrico Carmona Mota, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra;
3 - Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra;
4 - Unidade de Reabilitação Pediátrica, Centro de Desenvolvimento da Criança Torrado da Silva, Hospital Garcia de Orta, Almada;
5 - Hospital da Luz, Lisboa;
6 - Unidade de Neurodesenvolvimento e Comportamento, Hospital da Luz, Lisboa;
7 - Hospital dos Lusíadas, Lisboa;
8 - Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central;
9 - Faculdade de Medicina da Universidade do Porto;
10 - Centro de Desenvolvimento Infantil LógicaMentes, Lisboa

- ActaPediatrPort 2012;43(1):1-7.

As perturbações do neurodesenvolvimento são das patologiascrónicas mais frequentes da infância e com tendência a aumentarnas sociedades modernas. Têm na grande maioria dos casosum percurso crónico e com limitação da aprendizagem necessáriapara a integração na sociedade de um modo autónomo.
A Sociedade de Pediatria do Neurodesenvolvimento da SociedadePortuguesa de Pediatria procedeu em 2008 e 2009 ao levantamentode recursos, movimento e necessidades na área assistencialdo neurodesenvolvimento no universo de 49 hospitaisportugueses com Pediatria, referente a 31 de Dezembro de 2007.
Responderam 42 (85.7%) hospitais. O número total de consultasde desenvolvimento representou 10.7% das de Pediatria, e foi--lhe imputada uma mediana de tempo de 20 horas por semana.
Dedicavam-se ao desenvolvimento 82 pediatras, mas mais dedois terços só o fazia a tempo parcial. Outros profissionais (fisiatras,psicólogos, terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas,docentes e técnicos de Serviço Social) faziam partedas equipas do desenvolvimento, mas em menor número que ospediatras, e de igual modo só raramente a tempo completo.Aguardava por consulta de desenvolvimentouma mediana de185 crianças, e o tempo de espera variou entre um e 18 meses(mediana de seis).
No seu conjunto os hospitais a curto prazo recrutariam 34 Pediatras para se dedicarem à área do neurodesenvolvimento,metade em regime de tempo completo. Dos outros profissionaisrequisitados [psicólogos (21), terapeutas da fala (20), docentes
(20), terapeutas ocupacionais (14), fisioterapeutas (8) e técnicosdo Serviço Social (6)], solicitavam-nos a tempo inteiro.
Concluí-se que o movimento assistencial específico desta áreano contexto global da Pediatria representa já um número significativode consultas. Ainda assim, a resposta na área do neurodesenvolvimentorevelou-se insuficiente e as equipas não funcion funcionavam na generalidade em trabalho multidisciplinar. Contudo,os pedidos solicitados de recursos humanos médicos e não médicos e a preferência de que a dedicação ao neurodesenvolvimento fosse a tempo completo reflecte uma evolução positiva a curto prazo, caso estes recrutamentos se venham a concretizar.

Palavras-chave: Pediatria neurodesenvolvimento; recursos humanos; levantamento nacional.