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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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TERATOMA MADURO DO MEDIASTINO, UMA ABORDAGEM MINIMAMENTE INVASIVA

Sofia Lima1, Maria Knoblich1, Sofia Morão1, Rui Alves1, João Pascoal1

 

1. Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital Dona Estefânia- CHLC,

- 10º Congresso da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Minimamente Invasiva, 12 a 14 de Outubro, 2017 (video)

Introdução: Os tumores de células germinativas do mediastino são raros, com uma incidência estimada de 0,1 a 0,2/100 000 pessoas. O teratoma maduro inclui-se neste grupo, e é de carácter benigno, com remoto potencial de transformação maligna. O tratamento destas massas é a sua ressecção, para permitir um correto diagnóstico e para tratar ou prevenir potenciais sintomas associados.
Caso clínico: Apresentamos um caso clínico com vídeo que corresponde a uma adolescente de 15 anos de idade, sexo feminino, que recorre ao Serviço de Urgência Pediátrico por toracalgia, sem outros sintomas associados, com história de episódio semelhante 2 meses antes. Realizou estudo complementar, de que se destaca a tomografia computorizada que revelou em topografia do mediastino anterior à esquerda, lesão nodular com dimensões 78x74x61mm, de contornos regulares e limites bem definidos, com densidade tissular e foco de densidade adiposa, compatível com teratoma do mediastino. Do estudo analítico a referir ligeiro aumento da Velocidade de Sedimentação; os marcadores tumorais CEA, AFP e B-HCG eram negativos. Foi submetida a vídeo-toracoscopia sob ventilação seletiva. Constatou-se teratoma do mediastino anterior localizado sobre a emergência da veia pulmonar esquerda, aderente ao lobo superior do pulmão esquerdo e ao pericárdio. Foi feita excisão da lesão por meio de disseção ultrassónica e eletro-coagulação e a sua exteriorização através do alargamento uma porta de trabalho (3cm). O resultado do exame histopatológico revelou teratoma maduro do mediastino. Evoluiu bem no período de pós-operatório, tendo tido alta ao 3º dia de pós-operatório. Sem intercorrências no follow-up. 
Discussão: A abordagem clássica do teratoma do mediastino é a toracotomia, especialmente nos casos em que as massas apresentam grande dimensão (superior a 6cm, segundo alguns autores), mas também quando se preveem aderências importantes a orgãos/ estruturas major; contudo, cada vez mais se tem tornado frequente a realização de cirurgia torácica vídeo-assistida na ressecção de teratoma maduro do mediastino, com bons resultados estéticos e sem aumento de complicações ou recorrências.

Palavras-chave: teratoma; mediastino; videotoracoscopia