imagem top

2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

CHULC LOGOlogo HDElogo anuario

HEMANGIOMAS E SEU TRATAMENTO COM PROPRANOLOL – EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA

Ema Santos1,2; Carla Pilar1; Filipa Freitas1; Fátima Alves1; Filomeno Paulo Gomes1

1. Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital Central do Funchal
2. Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa;

- Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Pediátrica, Lisboa, 2016 (comunicação oral)
- Prémio Melhor comunicação oral (Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Pediátrica)

Introdução: Os hemangiomas infantis são os tumores vasculares benignos mais comuns na idade pediátrica. No curso natural da patologia, a maioria dos hemangiomas involui espontaneamente. O tratamento efetuado em 10-20% casos tem como indicações: risco de desfiguração, de falência de órgão vital, de compromisso visual ou auditivo, de obstrução da via aérea e ulceração. No passado, o tratamento passava pela corticoterapia oral ou intralesional, associado aos seus efeitos colaterais. Desde o uso eficaz do propranolol no tratamento dos hemangiomas, este é o tratamento de primeira linha. Relatamos os resultados da nossa experiência com esta opção terapêutica.
Métodos: Análise retrospetiva dos hemangiomas infantis seguidos e tratados com propranolol pelo serviço de cirurgia pediátrica do Hospital Central do Funchal entre novembro de 2009 e outubro de 2016.
Resultados: No período do estudo, 76 crianças (65,8% do sexo feminino) foram referenciadas à consulta de cirurgia pediátrica. Foram admitidas 38 crianças ao tratamento com propranolol e duas com timolol tópico, com uma idade média de 3 meses. A localização mais comum dos hemangiomas foi na face (57,5%). Indicações para o tratamento foram: risco de desfiguração (50%), complicações locais (ulceração 15%), risco de compromisso visual (15%), risco de ulceração (10%), risco funcional (7,5%) e 1 caso de risco de disfunção de órgão vital. A dose média atingida foi de 1,7 mg/Kg/dia, com uma duração média de 13,5 meses de tratamento. Em apenas 2 casos foram detetados efeitos colaterais do propranolol. A maioria teve regressão completa (65,6%). Dos restantes, 25% teve regressão parcial e 9,4% com crescimento estável. Oito crianças ainda mantêm tratamento com propranolol, a maioria com hemangiomas em regressão.
Conclusão: Na nossa experiência, o propranolol é uma opção eficaz, baixo custo, exequível em ambulatório e relativamente segura para o tratamento dos hemangiomas infantis, obtendo-se, na maioria dos casos, uma significativa redução das suas dimensões.

Palavras-chave: Hemangiomas infantis; propranolol