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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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Child with Brachial Plexus Injury; Presentation Case – Child with Brachial Plexus Injury;

Vítor Brás da Silva; Ana Soudo;

1 - Unidade Músculo-esquelética/Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Curry Cabral, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
2 - AMCA/Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE

- docência no curso International Module on Paediatric Rehabilitation – Child in the Hospital, Hospital D. Estefânia, Setembro 2016

O plexo braquial é responsável pela inervação motora e sensitiva do membro superior. Forma-se a partir da junção dos ramos anteriores das raízes de C5 a T1, que se unem para formar os troncos superior médio e inferior. Da junção das divisões posteriores dos troncos resulta o cordão posterior, das divisões anteriores dos troncos superior e médio resulta o cordão lateral e da divisão anterior do tronco inferior resulta o cordão medial. Ao longo do seu trajecto imergem ramos terminais para diversas estruturas musculares (nomeadamente o diafragma). Os cordões dividem-se posteriormente dando origem aos ramos terminais entre os quais os principais ramos motores e sensitivos (n. musculocutâneo, n. mediano; n. axilar; n. radial; n. cubital; n. braquial e antebraquial cutâneo interno). A paralisia neonatal do plexo braquial ocorre em 0.5-2/1000 nascimentos, sem preponderância de raça ou género e é com maior frequência unilateral (afectando mais o membro superior direito. Estão estabelecidos como factores de risco a macrossomia, a apresentação pélvica, DM gestacional, a distócia de ombros, multiparidade, parto assistido, ocorrência em gestações anteriores, pré-eclampsia e hipertensão materna. A fisiopatologia das lesões incluem lesões por tracção com flexão cervical lateral (lenta no caso do recém nascido), avulsão (C7-T1) e ruptura (C5-C6) ou outras causas como plexopatia neonatal séptica, neoplasia, idiopática ou hereditária. Classificam-se de acordo com a localização (pré-ganglionar ou pós-ganglionar) e a gravidade (neuropraxia a neurotmesis) com prognósticos funcionais distintos. A avaliação clínica relativa ao envolvimento muscular com ou sem síndrome de Horner associado permite distinguir entre uma lesão com envolvimento das raízes superiores, inferiores ou de todo o plexo, à qual se associam ECD para exclusão de lesões concomitantes. O tratamento conservador destina-se à manutenção da flexibilidade articular para prevenção de contracturas articulares e deformidade óssea (nomeadamente displasia glenoumeral), prevenção de atrofia muscular e estimulação de movimentos activos e com padrão funcional. A cirurgia poderá ser considerada numa fase inicial em casos de ruptura confirmada (enxerto nervoso; neurotização) ou numa fase tardia (após os 4 anos) em cirurgias de substituição funcional.

Palavras Chave: paralisia do plexo braquial; neonatal; diagnóstico; tratamento;