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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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AVC NEONATAL ISQUÉMICO SINTOMÁTICO EM PORTUGAL - 5 ANOS APÓS O REGISTO NACIONAL DA UNIDADE DE VIGILÂNCIA PEDIÁTRICA

Beatriz Fraga1, Ricardo Silva2, Sofia Quintas3, Filomena Pinto4, José Pedro Vieira5, Isabel Fineza6, Cristina Resende6, Carmen Costa6, Ana Teixeira7, Susana Rocha8, Inês Carrilho9, Fátima Furtado10, Henedina Antunes12, Teresa Moreno3, Dina Cirino11, Ana Lopes Dias13, José Paulo Monteiro14

1- Serviço Pediatria, Hospital do Divino Espirito Santo de Ponta Delgada, EPER
2- Serviço de Neurorradiologia Hospital Garcia de Orta, EPE
3- Departamento da Criança e da Família, Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE
4- Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE
5- Serviço de Neurologia Pediátrica, Departamento de Pediatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa
6- Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar Universidade de Coimbra, EPE
7- Serviço de Pediatria Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE
8- Serviço Pediatria, Hospital Barreiro-Montijo, EPE
9- Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospital do Porto, EPE
10- Serviço Pediatria, Hospital José Joaquim Fernandes Beja, EPE
11 - Serviço Pediatria, Hospital da Horta
12 - Serviço de Pediatria, Hospital de Braga, EPE
13 - Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE
14 - Centro de Desenvolvimento da Criança, Hospital Garcia de Orta, EPE
17º Congresso Nacional de Pediatria, 2-4/11/2016, Porto (poster)

Acta Pediátrica Portuguesa Vol.47, Suplemento, Novembro 2016 (resumo)

Introdução e Objectivos: O acidente vascular cerebral (AVC) neonatal é uma entidade heterogénea que condiciona morbilidade significativa e difícil de prever a longo prazo. Pretendemos avaliar os fatores de risco e follow-up até aos 5-7 anos das crianças com AVC neonatal isquémico sintomático.
Metodologia: Estudo retrospetivo, baseado em dados retirados da Unidade de Vigilância Pediátrica de AVC neonatal, entre 2009 e 2011. Foram incluídos apenas os casos de AVC neonatal isquémico sintomático confirmados por estudo imagiológico.
Resultados: Analisamos 21 RN, 12 do sexo masculino, idade gestacional mediana 39S (38-41) e peso médio ao nascer 3402±436g. 18 RN (82%) apresentaram antecedentes obstétricos ou perinatais significativos, salientando-se: reanimação neonatal (9), EHI (2), parto traumático (1), sépsis precoce (2), anomalia do cordão (1), cardiopatia congénita (4) e 13 RN com potenciais fatores de risco protrombótico. Não foram identificados fatores de risco em 3 RN. Todos os RN apresentaram convulsões entre as 6 e 72 horas de vida (focais em 18), associando-se hipotonia (11), apneia (5) e dificuldade alimentar (4). O diagnóstico foi realizado por RM-CE em todos os RN, 3 dos quais com angio-RM. O hemisfério esquerdo foi o mais afetado (13). Foi possível obter dados de seguimento aos 2-3 anos em 17 crianças: 8 tinham défice motor, 4 atraso global de desenvolvimento (AGD) e 2 epilepsia. Dos 10 casos com seguimento mais longo (5-7 anos), 6 apresentam défice motor, 3 AGD, 3 perturbações da linguagem e 1 epilepsia.
Conclusões: O seguimento destas crianças é fundamental, uma vez que as sequelas se tornam evidentes a médio-longo prazo. Apesar da existência de sinais de patologia sistémicas nos RN com AVC, a determinação de fatores agudos preditivos da evolução e prognóstico futuro torna-se difícil.

Palavras Chave: AVC isquémico sintomático, Recém-nascidos, Unidade de Vigilância Pediátrica, Fatores de risco, Follow-up