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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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ALERGIA AO LÁTEX: CASO CLÍNICO

Ana Castro Neves1, Cátia Alves1, Ana Margarida Romeira1, Paula Leiria Pinto1

1. Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia – Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE, Lisboa.

- 37ª Reunião Anual da SPAIC, 7 a 9/10/2016, Lisboa (Poster)

- Revista Revista Portuguesa de Imunoalergologia 2016 Vol.XXIV, Suplemento; (Resumo)

Introdução: A alergia ao látex é uma causa importante de alergia ocupacional e é responsável por inúmeras reações alérgicas em indi‑ víduos sensibilizados, sendo mais frequente nos profissionais de saúde. A sua prevalência diminuiu após os anos 90 com a introdução das luvas sintéticas (vinil e nitrilo), particularmente em ambiente hospitalar.
Caso Clínico: Doente do sexo feminino, 51 anos, empregada de limpeza, com antecedentes pessoais de asma e rinite, referenciada à consulta de Imunoalergologia por episódios de urticária aguda sem factor desencadeante aparente. Iniciou anti‑histamínico (AH) em dose dupla com melhoria da sintomatologia. Posteriormente teve episódio de urticária associado a sensação de dispneia, que relacionou com ingestão de camarão. A destacar na história ocupacional que a doente foi auxiliar de acção médica dos 32 aos 46 anos e continuou a fazer apoio ao domicílio até à actualidade. Um ano após iniciar a sua actividade como auxiliar, iniciou queixas de rinite e prurido cutâneo generalizado que atribuiu ao pó das luvas de látex, nunca tendo sido feita qualquer investigação. Com a implementação do uso de luvas de nitrilo no trabalho, melhorou. Refere queixas de prurido orofaríngeo e edema da língua durante tratamento dentário e prurido cutâneo com chinelos de borracha. Na consulta de Imunoalergologia, realizou testes cutâneos por picada para aeroalergénios e crustáceos em natureza que foram positivos para Dermatophagoides pteronyssinus e Látex e negativos para crustáceos e fez doseamento sérico de IgE específica para látex que foi de 14,8 KUA/L. Foram instituídas medidas de evicção e passou a usar luvas de nitrilo nas actividades de apoio domiciliário, sem novos episódios de urticária.
Conclusão: Embora a prevalência da alergia ao látex tenha diminuí‑ do, como resultado das várias medidas de evicção que têm sido implementadas, continua a ser elevada (9,7% nos profissionais de saúde, 7,2% em doentes susceptíveis e 4,3% na população geral). Este continua a ser um alergénio relevante, em particular nos principais grupos de risco, e só uma história clínica detalhada relativamente à actividade profissional do doente (todas as actividades exercidas ao longo da vida e exposições associadas), hobbies/actividades de lazer permitem a sua identificação como agente etiológico nalgumas situações clínicas.

Palavras-chave: alergia ao látex