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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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A EDUCAÇÃO MÉDICA DO FUTURO. O ENSINO POR SIMULAÇÃO

Maria Teresa Neto

Nova Medical School/Faculdade de Ciências Médicas /UNL. Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa.

II Jornadas Médicas da Nova. Palestra

Resumo: Em medicina o ensino por simulação teve início no princípio do século XVIII precisamente na área da obstetrícia com o intuito de ensinar as parteiras. Modernamente ela faz parte do ensino desde 1960 com incremento progressivo. Todos sabemos o que não sabíamos quando nos formámos como médicos e como, não tendo aprendido ao longo dos longos internatos, era admitido que já sabíamos o que não sabíamos. Aprender vendo, fazendo e ensinando a fazer, é tido hoje como um mau método de aprendizagem e coloca o doente em risco. A parte cognitiva da aprendizagem exige estudo, dedução, reflexão, abstração e generalização. Sabe-se também que se aprende muito falando com e ouvindo os doentes. As capacidades, competências, destreza, perícia, o saber fazer, aprende-se vendo fazer, repetindo com orientação e correção, descrevendo o que se faz, e procurando o treino de livre vontade até adquirir autonomia. Essa aprendizagem de tentativa e erro até à perfeição só pode ser adquirida em laboratório.   Na realidade os procedimentos difíceis nunca serão executados por um principiante e muitos procedimentos são raramente executados não permitindo manter a perícia necessária. E, no entanto, um jovem médico pode ser chamado a intervir em situações para as quais não foi preparado resultando em enorme stress e em risco para o doente. Se a formação deficiente não for reconhecida pelo próprio ou pelos mestres a situação pode perpetuar-se. Por outro lado deve ficar claro que não é por se repetir um procedimento muitas vezes que nos tornamos mestres, porque simplesmente ele pode estar a ser mal executado. De onde se deduz que a vigilância e a correção do erro são fundamentais para a aprendizagem. A simulação pode servir vários senhores: treino de competências técnicas, psicomotoras e cognitivas, treino de competências da comunicação, testar situações e operacionalidade de sistemas. Os modelos vão de simuladores de baixa fidelidade à realidade virtual a 3 dimensões.

Palavras-Chave: Educação médica, simulação, treino de competências