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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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VERTIGEM NA CRIANÇA

José Colaço, Inês Moreira., António Oliveira , Bernardo Araújo , Herédio Sousa, Eugênia Machado, Ilídio Gama, Ezequiel Barros

- Comunicação oral apresentada na Reunião Anual da Associação Portuguesa de Otoneurologia , Albufeira, Portugal

Resumo
Introdução: A incidência de vertigem na população pediátrica parece ser superior ao atualmente estimado. A não valorização da patologia vestibular infantil, quer pela própria criança, quer pelos pais, quer pelo médico assistente, talvez explique a baixa incidência reportada desta patologia na criança. As etiologias mais frequentes diferem substancialmente das encontradas nos adultos.
Métodos: Estudo retrospetivo com consulta dos processos clínicos de todas as crianças que recorreram à consulta de vertigem do Hospital Dona Estefânia (HDE) entre Fevereiro de 2008 e Outubro de 2012. A população estudada foi de 128 crianças com idade inferior a 18 anos. Foi feita análise estatística dos dados obtidos com recurso ao programa SPSS.
Resultados: A população estudada (n=128) tinha entre 2 e 18 anos de idade, e distribuiu-se pelos seguintes grupos etários: 25% entre os 2 e os 6 anos, 35,2% entre os 7 e os 12 anos, e 39,8% entre os 13 e os 18 anos. Em 50% dos casos as crianças tinham queixas uma ou mais vezes por semana. A vertigem teve um carácter paroxístico em 73,4%, sendo a duração variável, nomeadamente segundos (27,3%), minutos (30,5%) ou uma hora ou mais (40,6%). A cefaleia acompanhou a vertigem 18,8% no grupo dos 0-6 anos, 51,1% no grupo dos 7 aos 12 anos, e 62,7% no grupo dos 13 aos 18 anos. Existiam antecedentes familiares de cefaleia recorrente em 62% das crianças com história de cefaleia, e em apenas 35% das crianças sem história de cefaleias. Os diagnósticos mais frequentes foram vertigem associada a cefaleia (31%), vertigem paroxística benigna da infância (16%), nevrite vestibular(12%) e labirintite (9%).
Conclusão: Nas crianças seguidas na nossa consulta, a etiologia da vertigem é geralmente periférica. As causas mais frequentes foram a vertigem associada a cefaleia e a vertigem paroxística benigna da criança. Na criança, por vezes, é dificil cumprir os critérios definidos para enxaqueca, no entanto verifica-se uma associação entre a cefaleia e a causa mais frequente de vertigem no nosso estudo, a vertigem associada a cefaleia.