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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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UROSÉPSIS E ENCEFALOPATIA - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO: UM DESAFIO MULTIDISCIPLINAR

Catarina Perez Brandão1, João Farela Neves1, Raquel Ferreira1, Catarina Ladeira2, Vanda Vital2, José Pedro Vieira3, Margarida Santos1

1 - Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
2 - Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
3 - Serviço de Neurologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE

- 16º Congresso Nacional de Pediatria. Albufeira, 22-24 de outubro de 2015 (Poster com discussão)

Resumo:
Introdução: A principal causa de urosepsis é a presença de obstáculo ao fluxo urinário, como a uropatia obstrutiva. A sépsis é uma causa importante de morbilidade e mortalidade. A resolução do foco infecioso permite o controlo mais precoce e eficaz do quadro clínico.
Relato de caso: Lactente de 11 meses, com antecedente de megaureter obstrutivo à direita. Quadro de vómitos, febre e convulsão tónico-clónica generalizada prolongada. Por massa abdominal à direita, análises com leucocitose 37800/uL, PCR 249mg/L, insuficiência renal, acidose metabólica e leucocitúria, foi medicado com ceftriaxone e gentamicina por suspeita de pionefrose. Por alteração da consciência (Glasgow 9-12), polipneia, taquicardia, má perfusão periférica e desidratação foi transferido para a UCIP, onde se confirmou o diagnóstico de pionefrose extensa. Nefrostomia descompressiva urgente e drenagem de 900mL de urina purulenta; hemocultura e urocultura negativas. Manteve flutuação do estado de consciência em D1 apesar da melhoria hemodinâmica. TC-CE inicial sem alterações. Posteriormente surgiu hemiparesia esquerda transitória; RM-CE normal e alterações inespecíficas no EEG. Submetido a ureterostomia antes da alta. Sem alterações neurológicas aparentes.
Conclusões: As alterações neurológicas foram significativas e possivelmente consequentes ao choque séptico ou a infeção concomitante do SNC; não foi realizada punção lombar por instabilidade hemodinâmica do doente. O diagnóstico precoce de urosepsis é essencial e não obstante a instituição de terapêutica antibiótica adequada, a cirurgia foi crucial no controlo do foco infecioso.

Palavras Chave: urosepsis, pionefrose, nefrostomia