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2023

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TUMORES INTRAVENTRICULARES EM ADULTOS - ANÁLISE RETROSPECTIVA NUM PERÍODO DE 5 ANOS

Novais, Gonçalo; Fonseca, Lino; Ratilal, Bernardo; Luiz, Vara; Reis, Nuno

Serviço de Neurocirurgia, Centro Hospitalar de Lisboa Central – Hospital de São José

- Apresentado sob a forma de Poster no 31º Congresso da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia, realizado de 28 a 30 de Maio de 2015, no Porto.

Introdução: Os tumores intraventriculares representam menos de 1% das lesões intracranianas, e a sua localização coloca desafios técnicos. A maioria das lesões são benignas, e a sua exérese completa traduz-se num bom prognóstico; nos restantes casos a quimio e/ou radioterapia podem ter um papel relevante. Topograficamente estes tumores podem ser classificados em tumores primários, quando se originam da parede ventricular, ou secundários quando têm origem no parênquima cerebral mas transgridem ou invadem a cavidade ventricular. Clinicamente manifestam-se, muitas vezes, por sintomas de hidrocefalia aguda.
Material e Métodos: Os autores estudaram retrospectivamente os doentes operados a tumores intraventriculares no Centro Hospitalar Lisboa Central, Hospital de São José, primários ou secundários, durante um período entre 2009 a 2014, quanto ao sexo, idade, tempo e forma de apresentação, tratamento cirúrgico, diagnóstico histopatológico e escala de Rankin modificada (mRS) à data da alta.
Resultados: Foram identificados 32 doentes com tumores intraventriculares, com uma predominância do sexo masculino (21) e uma média de idades de 54 anos (18 a 79 anos). Cefaleias foi o sintoma mais frequente. Relativamente à topografia, 17 tumores localizavam-se nos ventrículos laterais, 9 no III ventrículo e 6 no IV ventrículo. Por ordem de frequência, os tipos histológicos identificados foram: glioblastoma (25%), quisto colóide (18%), neurocitoma (9%), linfoma (9%), astrocitoma pilocítico (6%), subependimoma (6%), ependimoma papilar (3%), gliossarcoma (3%), astrocitoma gemistocítico (3%), meningioma (3%), metástase (3%), cisticercose (3%), quisto aracnoideu (3%), craniofaringioma (3%) e tumor dermóide (3%). À data da alta 11 doentes apresentavam mRS de 1, 13 doentes mRS de 2, 5 doentes mRS de 3 e 2 doentes mRS de 4. Um dos doentes com linfoma acabou por falecer.
Conclusão: Uma adequada abordagem cirúrgica permite remover com segurança lesões intraventriculares, sendo que a sua escolha depende da localização do tumor. A via de acesso cirúrgico e as técnicas de microcirurgia são cruciais na determinação do prognóstico. Apresentam-se alguns casos demonstrativos.