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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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INGESTÕES MEDICAMENTOSAS VOLUNTÁRIAS NO SERVIÇO DE URGÊNCIA DE PEDIATRIA

Rute Baeta Baptista1, João Gancho Figueiredo1, Rita Ganhoto2, Mafalda Martins2, Cristina Henriques1, Pedro Caldeira2, Margarida Marques2, António Marques1

1 - Equipa Fixa de Urgência de Pediatria,  Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa
2 - Unidade de Pedopsiquiatria, Departamento dfe Pedpsiquiatria,  Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa

- Reunião da Área de Pediatria Médica, Hospial Dona Estefânia (10 de Março de 2015)

Resumo:
Introdução
O suicídio é a segunda causa de morte entre os jovens a nível mundial (OMS 2014), sendo a ingestão medicamentosa voluntária (IMV) uma forma frequente de tentativa de suicídio neste grupo. Estes dados, a par do alargamento da idade pediátrica, evidenciam a importância da IMV em Pediatria.
Objectivo
Caracterizar os casos de IMV observados no Serviço de Urgência Pediátrica de um hospital terciário durante um ano.
Metodologia
Estudo retrospectivo descritivo com análise de dados demográficos; classe e proveniência dos fármacos; seguimento regular em Consulta de Saúde Mental e/ou Adolescentes; factores de risco e desencadeantes.
Resultados
Verificaram-se 166 episódios de IMV (85% no sexo feminino; idade média = 15 anos, mín 10 – máx 17). A maioria (66%) ocorreu no domicílio e em 42% com utilização de medicação do próprio. A classe “ansiolíticos, sedativos e hipnóticos” foi a mais frequentemente implicada e houve recurso a > 1 classe farmacológica em 47%. Metade dos indivíduos tinha seguimento regular em Consulta de Saúde Mental e/ou Adolescentes. A maioria referia factores desencadeantes (78%), sobretudo conflitos relacionais. Na maioria dos casos, identificaram-se factores de risco: comportamentos auto-lesivos e tentativas de suicídio prévias em 33% (IMV prévia em 22%); antecedentes pessoais (78%) ou familiares de psicopatologia (63%); suporte familiar deficitário (70%) e problemas escolares (57%).
Conclusões
O número de IMV verificado é significativo, assim como a presença de factores de risco conhecidos para cometer tentativa de suicídio. O facto de metade dos doentes ter seguimento regular em Consulta de Saúde Mental e/ou Adolescentes, evidencia a dificuldade e necessidade de delinear estratégias preventivas mais eficazes.

Palavras Chave: suicídio, medicamentosa, voluntária, adolescentes, urgência