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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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Hematoma pélvico após correção de prolapso da cúpula

Ana Bello1, Vanessa Rosado2, Rui Viana3, João Colaço3

1. Ginecologia, área de Ginecologia/Obstetrícia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa
2. Ginecologia, área de Ginecologia/Obstetrícia, Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa
3. Ginecologia, área de Ginecologia/Obstetrícia, Hospital de Cascais Dr. José de Almeida

VIII Congresso Português de Ginecologia

Resumo:
Introdução: o presente caso clínico descreve uma complicação pós-operatória da correcção de um prolapso da cúpula – hematoma retroperitoneal de grandes dimensões.

Relato de caso: MFRG, 67 anos, com antecedentes de histerectomia vaginal com correcção clássica de cistocelo. 9 meses após a cirurgia referiu queixas de massa a aflorar a vagina, tendo-se observado prolapso completo da cúpula. Foi feita correcção com fixação ao arco tendíneo e reforço da fascia no compartimento anterior e fixação ao ligamento sacro-espinhoso no compartimento posterior. Durante a cirurgia constataram-se perdas hemáticas aumentadas e hemostase difícil. Ao terceiro dia pós-operatório, por descida progressiva da hemoglobina realizou TAC pélvico que revelou um hematoma da cúpula com 8x6x9 cm que molda posteriormente a ampola rectal, sem sinais de hemorragia activa. Uma vez que a doente se encontrava assintomática e hemodinamicamente estável optou-se por vigilância clínica e antibioterapia profilática. Manteve vigilância em ambulatório e cerca de 4 meses após a cirurgia realizou TAC pélvico que mostrou uma massa nodular bem circunscrita de 20mm localizada entre a cupula vaginal e o recto.

Conclusão: A formação de um hematoma retroperitoneal após correcção do prolapso da cúpula com fixação ao arco tendíneo e ligamento sacro-espinhoso é uma complicação rara, e que pode cursar de forma assintomática, sendo necessário um alto índice de suspeição para o seu diagnóstico. Perante uma doente hemodinamicamente estável e sem sinais de hemorragia activa pode optar-se por vigilância.