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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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GRIPE 2014-2015- O QUE MUDOU ESTE ANO?

Joana Freitas, Catarina Gouveia, Flora Candeias, João Neves, Luís Varandas, Maria João Brito.

Unidade de Infecciologia Pediatrica, Área de Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central EPE, Lisboa.

16º Congresso Nacional de Pediatria, Albufeira, 22-24 de Outubro de 2015 (Poster).

Resumo:
Introdução: Na época 2014-2015, o subtipo A (H3) pertenceu a um grupo geneticamente diferente da estirpe vacinal. Pelas características do vírus, a vacina pode não ter concordância total com as estirpes circulantes.
Objetivo: Caracterizar a gripe numa população pediátrica internada num hospital terciário durante o referido ano,
Métodos: Estudo descritivo, de Outubro de 2014 a Março de 2015. Foram avaliados dados sociodemográficos, epidemiológicos, estado vacinal, clínica, complicações e terapêutica. O vírus foi identificado por PCR nas secreções respiratórias.
Resultados: Registaram-se 28 casos, com uma mediana de 2 anos (mín-1 mês, max-13 anos), com um pico em Janeiro e Fevereiro (92,9%). Predominou o influenza B (50%), seguido de H3N2 (39,3%) e H1N1 (10,7%). A patologia respiratória mais foi a mais frequente (75%). Apresentavam doença crónica 15/28 (53,6%): doença neurológica (7), asma/pieira recorrente (5), doença hematológica (3) imunodeficiência primária (1) e outras (3). Apenas 2/28 (7,1%) crianças estavam vacinadas e 14/28 (50%) foram medicados com oseltamivir. Houve complicações em 19 (67,9%) casos: hipoxemia (16), coinfecção bacteriana (8), atelectasia (6), sépsis (3) e derrame pleural (1). 25% necessitaram de cuidados intensivos.
Registou-se maior número de complicações na ausência de vacinação (p=0,03). Nenhuma criança vacinada teve complicações. A infeção por H3N2 não se associou a um risco aumentado de complicações (p=0,39).
Conclusões: O facto de neste ano, o influenza B ter sido predominante minimizou a ausência de protecção vacinal para o vírus H3N2. A vacinação dos grupos de risco fundamental para diminuir complicações potencialmente graves de uma doença considerada benigna, continua a ser insuficiente.

Palavras Chave: Gripe, complicações, vacina, oseltamivir.