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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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GRAVIDEZ ADOLESCENTE NO SERVIÇO DE URGÊNCIA

Sofia Carneiro1, Catarina Diamantino1, Miguel Correia1, António Marques1

1- Equipa Fixa da Urgência Pediátrica, Hospital Dona Estefânia, Área de Pediatria Médica, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa

-3 ª Reunião da Sociedade de Emergência e Urgência da SPP (EUSPP), Comunicação Oral, Coimbra (14 de Outubro de 2015)

Resumo:
Introdução:Os Serviços de Urgência Pediátrica (SUP) são locais aos quais os adolescentes frequentemente recorrem para resolução dos seus problemas de saúde sendo que os que recorrem com maior frequência aos SUP, são os que apresentam maior risco no âmbito da sexualidade. Um diagnóstico de gravidez é uma situação de crise para a adolescente e família, sendo imperativo o desenvolvimento de competências para a sua abordagem.
Objectivos: Caracterizar o motivo de vinda à urgência das grávidas adolescentes diagnosticadas em SUP; caracterizar a abordagem clínica.
Metodologia: Estudo retrospectivo através da consulta dos registos do SUP relativos a adolescentes (10 - 19 anos) que efetuaram teste de gravidez durante o episódio de urgência entre Janeiro 2011 e Dezembro de 2014.
Resultados: Realizados 586 testes de gravidez, com a análise de 577 episódios. A taxa de testes positivos foi 6,59% (n=38), correspondendo a  média de idades de 16,29 anos. As queixas foram do foro gastrointestinal (68,42%, n=26), ginecológico (57,89%, n=22) e urinário (13,16%, n=5). Seis adolescentes grávidas (15,8%) referiram de início a possibilidade de gravidez. Em 63,16% dos casos (n=24), a anamnese englobou a colheita de história sexual. Em 52,63% (n=20), optaram pelo prosseguimento da gravidez, em 31,57% (n=12) pela interrupção e em 15,8% (n=6) a decisão foi desconhecida. Foram encaminhadas para obstetrícia 71% das adolescentes e 15%  foram exclusivamente encaminhadas para medicina geral e familiar. Das que optaram por prosseguir a gravidez, 5% foram medicadas com ácido fólico.
Conclusão:As queixas mais frequentes foram do foro gastrointestinal e genitourinário. Em mais de um terço dos casos não foi efectuada colheita de história sexual, o que é factor de risco para falha no diagnóstico de gravidez em SUP. A maioria das grávidas optou por prosseguir a gravidez e a grande maioriafoi encaminhada para obstetrícia. Constatou-se a reduzida referenciação para apoio em saúde mental, medicina de adolescentes, medicina geral e familiar e serviço social. Realça-se a reduzida prescrição de ácido fólico o que vai contra as orientações existentes.
Este estudo contribuiu para maior conhecimento da realidade do nosso serviço o que permitirá melhorar a abordagem, o diagnóstico e orientação clínica das situações de gravidez na adolescência.

Palavras Chave: adolescente, gravidez, urgência