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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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GENOTIPOS DO VHC – PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Patrícia Miguel, Paula Branquinho, Paula Soares, Lídia Santos, Lurdes Lopes, Carlos Flores, Olga Costa, Rita Côrte-Real

1 – Centro Hospitalar Lisboa Central 2 – Laboratório de Patologia Clínica 3 – Secção de Biologia Molecular

- Reunião Institucional – poster

Resumo:
Introdução: A hepatite C é uma das maiores causas de doença hepática crónica. Estima-se que existam cerca de 150 milhões de pessoas infectadas cronicamente, com o vírus da hepatite C (VHC) no mundo inteiro e cerca de 140 mil em Portugal. O  genótipo (GT) da Hepatite C deve ser determinado antes do início do tratamento pois  os GT e alguns subtipos nomeadamente “a” e “b” do GT1 estão associados a diferentes: taxas de resposta, barreiras genéticas à resistência e modalidades de tratamento. Classicamente definem-se 6 grupos de GT com base na análise filogenética da sua sequência genómica. Cada GT contém um ou mais subtipos ou variantes do VHC.
Objectivo: Analisar a distribuição dos diversos GT do VHC e respectivos subtipos, identificados no Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) desde 2007, a partir dos registos existentes no sistema informático da Patologia Clínica.
Métodos: Através do sistema Clinidata os dados relativos aos pedidos de genotipagem do VHC efectuados nos laboratórios do Hospital de Santo António dos Capuchos (HSAC) e do Hospital de São José (HSJ), antes da sua fusão em Outubro em 2010 e os dados efectuados no Laboratório de Biologia Molecular do CHLC, desde essa data. Estes últimos dados incluem os pedidos provenientes do hospital de Curry Cabral (HCC) e Maternidade Alfredo da Costa (MAC). Para além do GT e subtipo foram também analisados a origem, o género e a idade dos doentes. O teste utilizado –HCV Genotype 2.0 (LiPA), Siemens – é um ensaio que utiliza a hibridação reversa.  Identifica os GT de 1 a 6, os subtipos “a” e “b” do GT1 e na maioria dos outros GT também fornece informação adicional sobre os subtipos.
Resultados - Foram identificados todos os pedidos com resultados para o GT do VHC a que foram retiradas as repetições (pedidos para o mesmo doente) e os resultados discrepantes. Obtivemos assim a nossa amostra de 1285 pedidos provenientes das consultas externas, internamentos e hospitais de dia dos hospitais do CHLC, com a seguinte distribuição: HSAC – n=644, HCC – n=457, HSJ – n=160, HDE – n=11,  HSM – n=9 e MAC – n=4. A nossa distribuição foi maioritariamente do género masculino – 73% - com uma idade média de 48 anos. O GT 1 foi o predominante, n=786, com 60% das amostras do subtipo “a”. O GT 3 ocupou o 2º lugar (n=294) verificando-se também o predomínio do subtipo “a” (98%). No GT 4 (n=179) não foi possível obter informação adicional em 79% das amostras. Os GT 2 (n=22), 5 (n=1) e 6 (n=3) constituíram 2% dos GT identificados.
Conclusão: A nossa população de estudo representa, pela sua dimensão, um retrato muito importante dos GT do VHC em circulação na área da Grande Lisboa, nos  últimos oito anos. Verificámos o predomínio do GT1, como em outras séries nacionais e europeias, identificámos todos os GT conhecidos e uma grande diversidade de subtipos. Apesar das recomendações internacionais e nacionais para a utilização dos novos fármacos antivíricos directos (DAA) que são pangenotípicos, a determinação do GT VHC manter-se-á, no futuro, um teste necessário para o manejo da hepatite crónica a VHC, na determinação do tempo de duração da terapêutica e escolha do melhor esquema antivírico.

Palavras Chave: VHC, Hepatite C