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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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ENCEFALITES AGUDAS NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA: O CONTRIBUTO DA IMAGIOLOGIA (RM) NO DIAGNÓSTICO

João Jacinto, Carla Conceição, Maria João Brito, José Pedro Vieira, Eulália Calado.

Serviços de Neurorradiologia, Infecciologia e Neuropediatria, Hospital Dona Estefânia, CHLC

Reunião da Área da Pediatria, Hospital D. Estefânia, 22 Dezembro 2015

Resumo:
INTRODUÇÃO: Encefalite é o termo utilizado para inflamação do parênquima encefálico. Existem múltiplas causas de encefalite que se podem agrupar em infecciosas, para/pós-infecciosas e não infecciosas. A epidemiologia não está bem definida devido às variações nos critérios de diagnóstico e às diferenças dos sistemas de vigilância nos vários países. Em Portugal a incidência é desconhecida. No entanto, estima-se que no mundo surjam 3,5 a 7,4 casos por ano por cada 100.000 pessoas sendo que nas crianças esse número eleva-se para 16/100.000. O prognóstico é variável consoante a etiologia, a idade e as co-morbilidades dos doentes. O objectivo deste trabalho é salientar as especificidades a nível das causas, diagnóstico (em especial padrões imagiológicos em RM), tratamento e prognóstico das encefalites agudas em idade pediátrica, analisando em simultâneo um conjunto de casos ocorridos no Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC).
CASOS: Os autores apresentam 8 casos de encefalite aguda diagnosticados no CHLC incluindo 4 de etiologia viral, 1 bacteriana e 3 auto-imunes (para/pós-infecciosas e não infecciosas). Analisámos retrospectivamente os aspectos clínicos, laboratoriais e os estudos imagiológicos efectuados, com destaque para a ressonância magnética.
CONCLUSÃO: A encefalite é uma doença potencialmente devastadora. O diagnóstico etiológico de encefalite é difícil e complexo e, em mais de 30% dos casos, não é possível identificar o agente agressor. Contudo, a intervenção clínica precoce é essencial para melhorar o prognóstico dos doentes exigindo na maior parte dos casos o início de tratamento empírico. Os doentes, principalmente em idade pré-escolar, devem ser seguidos a longo prazo no sentido de se identificar eventuais sequelas ligeiras (como por exemplo défices cognitivos ligeiros ou moderados), potencialmente não evidentes à data de alta.