Oftalmologia Pediátrica, Serviço de Oftalmologia, Centro Hospitalar de Lisboa Central
Apresentado como poster na Reunião dos Grupos Portugueses de Retina e Vítreo e de Órbita e Oculoplástica. Figueira da Foz, Outubro de 2015.
Introdução: Os Hamartomas consistem em lesões tumorais raras, de carácter benigno, que podem ser mais comummente encontrados em crianças, sendo a sua origem congénita. As alterações histopatológicas características que lhe estão associadas podem atingir diferentes localizações, no segmento posterior, fazendo depender os sinais e sintomas acompanhantes de se tratarem de lesões maculares, justa-papilares ou periféricas.
Objectivo: Apresentar um caso invulgar de exotropia associada a Hamartoma da retina e epitélio pigmentado da retina com envolvimento macular, submetido a correcção cirúrgica de estrabismo divergente no Serviço de Oftalmologia do CHLC.
Material e Métodos: Caso clínico de uma criança do sexo feminino com 9 anos de idade, sem antecedentes pessoais ou história obstétrica relevante, que foi enviada à consulta de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo pela médica assistente, após ter sido identificado estrabismo por parte da sua professora. À observação apresentava exotropia do olho esquerdo de 18 DP de base externa para perto e 30 para longe, com supressão do olho esquerdo. Acuidade visual de 10/10 em OD e 4/10 em OE sem correcção. Foi realizado estudo analítico para exclusão de patologia infecçiosa.
Resultados: Documentam-se os períodos pré, intra e pós-operatório imediato para correcção cirúrgica de estrabismo divergente. Não se detectaram alterações analíticas de causa infeciosa.
Conclusão: A presença de Hamartomas atingindo o polo posterior do globo ocular, embora seja invulgar, pode causar de estrabismo em idade pediátrica e de ambliopia quando ocorre envolvimento macular. O diagnóstico diferencial de lesões retinianas atípicas em idade infantil deve ser realizado quer com patologias infeciosas quer com outras patologias tumorais pelo que a sua documentação fotográfica e vigilância é essencial devido à sua maior associação a complicações vítreo-retinianas.