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1 - Laboratório de Nutrição, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE;
2 - Projeto Intervenção contra a Obesidade (PICO) do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE;
3 – Centro de Investigação do Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E.
- 13º Congresso Nacional de Pediatria. Tróia, 11/3/2012 (Poster)
- Excellence in Paediatrics. Madrid, 28/11/2012 (Poster)
- Acta Pediátrica Portuguesa 2012;43 (Supl. 1):S45 (Resumo)
- Prémio Pierre Fabre (ex-aequo) atribuído pela Sociedade Portuguesa de Pediatria com o patrocínio dos Laboratórios Pierre Fabre, para os melhores trabalhos científicos apresentados no 2º semestre de 2012.
Fundamento: A obesidade é definida como excesso de adiposidade e pode associar-se a morbilidade específica. A adiposidade pode ser estimada por antropometria, mas é melhor avaliada por métodos mais confiáveis de medição da composição corporal, como a pletismografia de deslocação de ar (PDA).
Objetivo: Avaliar a relação da morbilidade associada à obesidade - hipertensão arterial e alterações cutâneas - com a adiposidade de crianças e adolescentes obesos.
Metodologia: Estudo transversal de crianças e adolescentes obesos (IMC, critério de Cole 2000), com >30 Kg, admitidos consecutivamente numa consulta especializada de um hospital pediátrico. A adiposidade foi definida pela percentagem de massa gorda (%MG) medida por pletismografia de deslocação de ar (Bod Pod®, Cosmed). Morbilidade associada avaliada: hipertensão arterial (HTA) sistólica e/ou diastólica (> p95, NIH 2005), estrias, celulite, acantose e alterações vasculares cutâneas.
Resultados: Foram estudados 70 indivíduos com %MG (média ±DP) 41,43 ±5,04; idade (média ±DP) 10,2 ±3,16 anos; 30 estavam na puberdade (Tanner); 38 eram do sexo feminino. A %MG foi superior no sexo masculino: 42,91 vs. 40,18 (p=0,023). Apresentavam HTA 25 dos indivíduos (35,7%), dos quais 6 com HTA sistólica e diastólica. A %MG era superior nos indivíduos com HTA: 43,18 vs. 40,45 (p=0,029) e particularmente nos rapazes pré-púberes com HTA: 46,7 vs. 41,9 (p=0,010). Apresentavam celulite 44 indivíduos (62,9%), acantose 35 (50%), estrias 16 (22,9%) e alterações vasculares 8 (11,4%). A presença de alterações vasculares associou-se a maior %MG: 45,08 vs. 40,96 (p=0,029). A acantose associou-se à presença de HTA: 51,4% vs. 20% (p=0,006). Na puberdade, na ausência de hipertensão, a presença de celulite ou de estrias foi mais frequente no sexo feminino (p≤0,028).
Conclusões: A maior gravidade da obesidade em idade pediátrica associa-se a maior frequência de HTA e alterações vasculares cutâneas, particularmente antes da puberdade. É importante identificar e intervir precocemente a obesidade pediátrica para obter um melhor controlo da morbilidade associada.