Afliações:
1 - Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) - Grupo de Interesse de Aerobiologia, Lisboa, PORTUGAL
2 - Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM), Universidade de Évora
3 - Serviço de Imunoalergologia, Área Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central – E.P.E.
4 - Centro de Alergia, Hospitais CUF-Descobertas e CUF Infante Santo
5 - Centro de Imunoalergologia do Algarve
Divulgação: XXXVI Reunião Anual da SPAIC, 9 a 11 de Outubro de 2015, Coimbra
Poster com discussão
Introdução: A aeropalinologia de uma região está relacionada com a flora e distribuição da vegetação, é afetada pelas condições climáticas e tem impacto na saúde dos indivíduos expostos e/ou geneticamente suscetíveis. Objectivos: Elaborar o calendário polínico da região da Grande Lisboa tendo em atenção a influência dos factores meteorológicos sobre as concentrações de pólen na atmosfera. Metodologia: Neste trabalho utilizaram-se os dados polínicos diários das monitorizações, de 2002 a 2013, da estação localizada em Lisboa (38º 43’ N; 9º 08’ W) da Rede Portuguesa de Aerobiologia (RPA-SPAIC), obtidas com o uso de um coletor Burkard Seven Day Volumetric Spore-trap®, e os dados meteorológicos diários locais do mesmo período obtidos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Efetuaram-se análises estatísticas de correlação de Spearman’s para avaliar o efeito dos fatores meteorológicos sobre as concentrações de pólen atmosférico. Resultados: O índice médio anual registado foi de 40.749 ± 9.397 grãos de pólen. O conteúdo em pólen da atmosfera de Lisboa apresentou variações inter e intra-anuais. Em 2013 encontrou-se o índice mais elevado (40.749 grãos de pólen) e em 2002 o mais baixo (15.603 grãos de pólen). As concentrações polínicas mais elevadas registaram-se entre Fevereiro e Junho, período em que em média foi coletado 88% do pólen total. O índice mensal relativo mais elevado observou-se em Abril (25%) e os mais baixos registaram-se nos meses de Outono/Inverno (£3%). Os tipos polínicos mais representativos foram: Urticaceae (30%; com Urtica membranacea a representar 20%), Cupressaceae (13%), Olea europaea (12%), Quercus (11%), Poaceae (9%), Platanus hispanica (6%), Pinaceae (2%), Myrtaceae (2%), Amaranthaceae (2%), Plantago (2%), Arecaceae (1%) e Rumex (1%). Constatou-se um claro efeito dos parâmetros meteorológicos sobre as concentrações de pólen atmosféricas. Os parâmetros insolação, radiação global e velocidade do vento apresentaram uma correlação positiva com os níveis polínicos enquanto a humidade relativa, a precipitação e o número de dias de chuva apresentaram uma correlação negativa, todas estatisticamente significativas. Conclusão: O calendário polínico de uma região permite conhecer os principais tipos polínicos presentes na sua atmosfera e a distribuição das suas concentrações ao longo do tempo, informação útil na clinica, pois facilita o diagnóstico, o tratamento e a prevenção da doença alérgica respiratória causada por pólenes, melhorando a qualidade de vida dos doentes.
Palavras-Chave: calendário polínico, Lisboa