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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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ALERTA SUBMANDIBULAR- UM CASO RARO DE UM LINFOMA ANAPLÁSICO

Nicole Pinto1, Pedro Pires2, Ana Sousa Martins3, A. Maria Cordeiro4, Carmen Marques2

Afliações:
1- Serviço de Imunoalergologia – Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central E.P.E., Lisboa
2 - Unidade Funcional de Medicina Interna 1.2. – Hospital de São José, Centro Hospitalar Lisboa Central E.P.E., Lisboa
3- Serviço de Endocrinologia, Hospital Curry Cabral, Centro Hospitalar Lisboa Central E.P.E., Lisboa
4- Serviço de Imagiologia, Centro Hospitalar Lisboa Central E.P.E., Lisboa

Divulgação: XXI Congresso Nacional de Medicina Interna, apresentação sob formato de poster

Resumo:
Introdução: Os linfomas não-Hodgkin (LnH) formam um grupo heterogéneo de neoplasias linfóides. Podem ser originados de linfócitos do tipo B ou T e suas características biológicas dependem de danos genéticos ao longo da sua diferenciação. O linfoma anaplásico de células T constitui 5% de todos os LnH do adulto, maioritariamente no homem com idade inferior a 40 anos. Caso Clínico: Mulher de 55 anos, sem antecedentes relevantes, com febre (máx. 39ºC) que cedia mal aos antipiréticos, cefaleias, mialgias generalizadas e tosse não produtiva com uma semana de evolução. Negava história de contacto com animais ou viagens recentes ao estrangeiro/campo. Exame objectivo e avaliação analítica sem alterações. Teleradiografia do tórax, reforço perihilar de predomínio direito, sem imagem de condensação. Punção lombar com exame citológico normal. Ao 2º dia de internamento, além da persistência de febre, objectivou-se adenomegália submandibular dolorosa, de consistência elástica e aderente aos planos profundos, sem outros gânglios palpáveis. Na TC- pescoço e toraco-abdomino-pélvica identificadas múltiplas adenopatias nas cadeias submandibulares, cervicais, mediastínicas e retroperitoneais. O mielograma e a biópsia óssea não revelaram alterações. Exame citológico da punção aspirativa da adenomegália, compatível com linfadenite reactiva. Submetida a adenectomia da mesma, cujo exame histológico revelou um LnH anaplásico de alto grau, ALK (anaplastic lymphoma kinase) +. Referenciada à consulta de Hemato-Oncologia, iniciou quimioterapia R-CHOP (até à data, 5 sessões) com boa resposta e imagiológicamente com regressão quase total das adenomegálias. Discussão: A presença de uma massa cervical representa um desafio diagnóstico na distinção entre etiologias inflamatórias, infecciosas ou neoplásicas. O linfoma anaplásico de alto grau apesar de ter uma evolução agressiva, tem uma boa resposta à quimioterapia de combinação, sendo um dos melhores indicadores de prognóstico a positividade do ALK. 

Palavras Chave: Linfoma; Anaplásico; ALK