- Unidade de Pedopsiquiatria, Área de Pedopsiquiatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE, Lisboa
- Serviço de Psiquiatria, Hospital Fernando da Fonseca EPE, Amadora
- Reunião de Formação Conjunta da Área de Pedopsiquiatria, 5/02/2014, Hospital Dona Estefânia (Comunicação Oral)
- XXV Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e Adolescência 2014, 14-16/05/2013, Faro (Comunicação Oral)
- 16th World Congress of Psychiatry, 14-18/09/2014, Madrid (Poster)
Introdução e Objetivos: Uma das principais tarefas da adolescência é o desenvolvimento da identidade, que inclui a identidade de género. Alguns adolescentes reconhecem-se em identidades, expressões e papéis de género que desafiam a norma. Assim, os profissionais de saúde que lidam com esta faixa etária deverão conhecer estas identidades não-conformativas e compreender o que é o género e aquilo que representa para os adolescentes de hoje em dia.
Métodos: Partindo das afirmações relacionadas com o género de alguns adolescentes que frequentam o Hospital de Dia da Clínica da Juventude, faz-se uma revisão dos termos do “guarda-chuva trans”, dos papéis sociais de género ao longo da História e as teorias de desenvolvimento de identidade de género.
Resultados: O “guarda-chuva trans” é um termo que engloba todas as identificações de género que desafiam as expetativas de expressão de género congruente com o sexo designado à nascença. Os diferentes termos incluídos no guarda-chuva trans são construtos socias que variam ao longo do tempo e entre diferentes culturas. O conceito de género tem também mudado ao longo dos séculos e estes conceitos, combinados com um crescente conhecimento científico, têm influenciado o papel social e as teorias de desenvolvimento de identidade de género.
Conclusões: A procura da originalidade no desenvolvimento de identidade do adolescente revela-se pelo questionamento dos papéis e normas binárias esperadas, que podem ser sentidas como restritivas à expressão de si próprio. A sensação de ser diferente impele os adolescentes na procura de identificação, reconhecimento e aceitação entre os pares. No entanto, nem todos os adolescentes de género não-conformativo procuram serviços de saúde mental. Questionamos se o enfoque que por vezes se coloca nestas questões ofuscará a real problemática do adolescente. O género é, para estes adolescentes, apenas uma porção da sua identidade e não o núcleo da sua disfunção.
Palavras Chave: adolescência, identidade de género, transgénero, androginia