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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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Risco Cardiovascular do Metilfenidato – Como prevenir, e como agir perante a sobredosagem?

Ana Moreira1; Edgar Moreira2; Mariana Farinha1; Lídia Pocinho3.

1- Interno de Formação Específica de Psiquiatria da Infância e Adolescência, Área de Psiquiatria da Infância e Adolescência, Clínica da Encarnação, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE.
2- Interno de Formação Específica de Pediatria, Departamento de Pediatria, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE.
3- Psiquiatra da Infância e Adolescência, Área de Psiquiatria da Infância e Adolescência, Clínica da Encarnação, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE.

Reunião Nacional5º Encontro de Internos de Pedopsiquiatria: Modalidades Terapêuticas. Apresentação sob forma de poster.

Resumo:
Introdução: O metilfenidato, único psicoestimulante disponível em Portugal, é terapêutica farmacológica de primeira linha da PHDA, a perturbação neurocomportamental mais frequente na infância. Há também relatos de automedicação e uso recreativo de metilfenidato. Embora seja habitualmente bem tolerado, os efeitos adversos cardiovasculares devem ser encarados com prudência, dada a sua potencial gravidade.
Objectivos: Rever as recomendações actuais para a prevenção dos efeitos adversos cardiovasculares do metilfenidato, no contexto terapêutico e na sobredosagem.
Métodos: Revisão da literatura a partir de bases de dados indexadas e textos de referência.
Resultados/Conclusões: Estudos recentes de grande dimensão não mostram risco aumentado de morte súbita ou outros eventos cardiovasculares em crianças sem doença cardíaca de base. Embora a terapêutica com metilfenidato produza um aumento minor da pressão arterial e frequência cardíaca, é incerto se há um efeito cumulativo ao longo de vários anos. Para iniciar terapêutica recomenda-se um rastreio de patologia cardíaca baseado na colheita de história clínica e exame objectivo, sem necessidade de ECG de rotina, e subsequente vigilância clínica em consulta. O perfil de toxicidade do metilfenidato não é completamente conhecido. A sobredosagem com metilfenidato tem habitualmente uma evolução benigna, embora possam haver sintomas clinicamente significativos, e necessidade de suporte em ambiente hospitalar. Recomenda-se encaminhamento hospitalar na presença de ideação suicida, uso recreativo, negligência dos cuidadores, toma concomitante de inibidores da MAO, sintomas moderados-severos, e/ou toma de >60mg ou >2mg/Kg (>120mg ou >4mg/Kg nas formulações de libertação prolongada). Poderá ser lícito observar casos sem critério de gravidade em ambulatório.

Palavras-Chave: Metilfenidato, Risco Cardiovascular, Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA).