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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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QUEIMADURAS ELÉCTRICAS NUMA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS PEDIÁTRICOS (UCIP)

Susana Santos1, Inês Vaz Silva2, Tiago Rito3, Raquel Ferreira4, João Estrada5, Margarida Santos6

1 - Serviço de Pediatria, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
2 - Serviço de Pediatria, Hospital de Vila Franca de Xira
3 - Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital de Santa Marta, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
4 - Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
5 - Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
6 - Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE

15º Congresso Nacional de Pediatria. Albufeira, 16-18 de Outubro de 2014. Apresentação sob a forma de póster com apresentação em sala.

Resumo:
Introdução: As queimaduras eléctricas em pediatria são raras mas potencialmente graves.
Material e métodos: Estudo retrospectivo descritivo dos internamentos por queimadura eléctrica na UCIP de um hospital nível III, entre Agosto de 2000 e Agosto de 2014 (14 anos). Analisaram-se dados nosodemográficos, tipo de voltagem (baixa:<1000V; alta:≥1000V), grau de queimadura, superfície queimada (SQ), procedimentos e complicações.
Resultados: Estiveram internadas 14 crianças por queimaduras eléctricas, 23,9% dos internamentos por queimaduras. A idade mediana foi 12,5 anos, 86% sexo masculino. Metade dos doentes apresentava SQ>15%, média de 31%. Todas as queimaduras foram acidentais. Em 71% ocorreu electrocussão de alta voltagem (EAV) maioritariamente em catenárias em estações de comboio, idade mediana 13,5 anos e em 29% de baixa voltagem, todas ocorridas no domicílio, idade mediana de 10 anos. Em 71% dos doentes registaram-se queimaduras de 3º grau, associadas predominantemente a EAV (90%). Os membros superiores foram os mais afectados (86%) seguidos do tronco (58%) e membros inferiores (50%). Necessitaram de ventilação mecânica invasiva 57% e suporte aminérgico 36%. Destaca-se um caso de paragem cardiorrespiratória (PCR) pré-hospitalar por fibrilhação ventricular, restantes casos sem arritmias. Surgiram sintomas neuropsiquiátricos em 79%, sobreinfecção cutânea em 64% e um caso de insuficiência renal aguda, não se registando óbitos. A demora média do internamento foi de 11 dias.
Conclusão: As queimaduras eléctricas no nosso estudo foram todas acidentais e foram causa de importante morbilidade. Houve um predomínio de jovens do sexo masculino, o que relacionamos com o seu carácter aventureiro. É fundamental a implementação de campanhas de prevenção deste tipo de acidentes em jovens e adolescentes.

Palavras Chave: queimaduras, electrocussão, baixa-voltagem, alta-voltagem