1 - Serviço de Pediatria, Hospital de Vila Franca de Xira
2 - Serviço de Pediatria, Hospital de Faro, CHA, EPE
3 - Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, CHLC, EPE
4 - Serviço de Radiodiagnóstico, Hospital de Dona Estefânia, CHLC, EPE
5 - Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia, CHLC, EPE
15º Congresso Nacional de Pediatria. Albufeira, 16-18 de Outubro de 2014. Apresentação sob a forma de póster com discussão.
Resumo:
Introdução: No lactente a apendicite aguda é uma entidade muito rara e com manifestações inespecíficas.
Relato de caso: Rapaz de 4 meses com 8 dias de febre, irritabilidade, recusa alimentar e diarreia. Medicado em D4 com amoxicilina por otite média aguda. Internado em D7 por manter febre e irritabilidade. Analiticamente: Hb: 8,8 g/dL; Leucócitos: 3400/µL (340 neutrófilos/µL); PCR: 24,68 mg/dL. Líquor: 21 células/mm3, sem predomínio, glicorráquia e proteinorráquia normais. Iniciou ceftriaxone (100 mg/Kg/dia). Em D8 por agravamento, com má perfusão periférica e taquicardia, apesar de expansão de volume, foi transferido para Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos. À admissão: choro “gritado”, apirético, bem perfundido, taquicárdico, normotenso, eupneico, abdómen distendido com ruídos hidro-aéreos normais e doloroso à palpação sobretudo nos quadrantes direitos. Gasometria: acidose metabólica compensada. Ecografia abdominal: apêndice ileocecal distendido (10mm de maior eixo axial, não depressível), com sinais de mesenterite envolvente, com distensão gasosa de ansas intestinais em todo o abdómen, sem espessamento parietal intestinal. Radiografia do abdómen: distensão das ansas intestinais sem níveis hidro-aéreos. Associaram-se gentamicina e clindamicina. Submetido a laparatomia exploradora em D9: apêndice retrocecal gangrenado, realizada apendicectomia. Evolução clínica favorável com apirexia, melhoria do estado geral e dos parâmetros inflamatórios. PCR Enterovírus nas fezes positiva, restante investigação negativa. Exame anatomopatológico em curso.
Conclusões: Dada a raridade e inespecifidade da semiologia no lactente, o elevado grau de suspeição e a ecografia abdominal são cruciais para o diagnóstico de apendicite e eventual patologia associada.
Palavras Chave: apendicite, lactente, ecografia abdominal.