1 - Unidade de Infecicologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E.;
2 - Unidade de Reumatologia Pediátrica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E.;
3 - Serviço de Neurologia Pediátrica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E.
- AEP 2012 – 61º Congreso de la Asociación Española de Pediatría, Granada, 31Mai-2Jun 2012 (Cartaz).
Introdução: A varicela e uma doença comum na idade pediátrica, habitualmente considerada benigna e autolimitada mas, em 5-10% dos casos, pode ter complicações sendo as mais comuns as infecções da pele e tecidos moles. A encefalite e uma complicação rara com uma incidência de 1-2/10.000 casos.
Caso clínico: Criança do sexo masculino, 8 anos de idade, previamente saudável, que no 5o dia de doença de varicela, surge com ataxia da marcha, diminuição da força muscular, cefaleias e vómitos persistentes. Apresentava Glasgow 13, sonolência mas despertavel, discurso confuso e lentificado. Não havia sinais meníngeos ou deficesneurologicos focais. Todas as lesões de varicela estavam em fase de crosta. Laboratorialmente tinha leucocitos 8180/μL (N 75%%, L 13.8%); PCR 2.93 mg/dL; liquido cefalorraquidiano (LCR) com 64 células/mm3 (PMN 20%; L 80%), proteinorraquia 70mg/dl, sem outras alterações. Realizou TAC-CE que não revelou alterações. O EEG mostrou lentificação generalizada, sugerindo um disturbioencefalopatico difuso. Face a suspeita de encefalite iniciou aciclovir endovenoso, que cumpriu durante 21 dias. A RM-CE com hipersinal em T2 na substancia branca foi compatível com o diagnostico. A imunoelectroforese do LCR identificou bandas idênticas no soro e LCR – imagem em espelho - sugerindo lesão da barreira ligeira a moderada com síntese intratecal de imunoglobulinas com predomínio de IgM - perfil do tipo meningoencefalítico. A pesquisa para PCR para Varicela Zosterfoi negativa. A evolução foi favorável mas lenta sem sequelas neurológicas e normalização da marcha somente um mês apos a alta.
Discussão:A encefalite pos-varicela e considerada,essencialmente, um processo para-infeccioso secundário a um mecanismo imunológico desencadeado pelo vírus. O valor da terapêutica anti-viral nunca foi estabelecido em estudos prospectivos mas na ausência de outras opções terapêuticas e na incerteza do efeito citopático do vírus e dada a sua segurança e boa tolerabilidade, deve ser sempre efectuado.
Palavras-chave: chickenpox, post-infection encephalitis.