1 Equipa Fixa de Urgência, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE, Lisboa
2 Unidade de Pedopsiquiatria, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisbia Central, EPE , Lisboa
15º Congresso Nacional de Pediatria – Albufeira – Outubro de 2014 (Poster)
Acta Pediatrica Portuguesa, Vol. 45 – Suplemento - Outubro 2014 (Resumo)
O suicídio é a 3ª causa de morte na Adolescência a nível mundial e a ingestão medicamentosa voluntária (IMV) é uma forma frequente de tentativa de suicídio neste grupo, o que a par do alargamento da idade pediátrica, reforça a importância da IMV em Pediatria.
Objectivo: Caracterizar os casos de IMV observados no Serviço de Urgência Pediátrica (SUP) de um hospital terciário durante 1 ano.
Métodos: Estudo descritivo com análise de dados demográficos; classe e proveniência dos fármacos; seguimento regular em Consulta de Saúde Mental e/ou Adolescentes; factores de risco e desencadeantes.
Resultados: Verificaram-se 161 episódios de IMV (88% no sexo feminino; idade média=15 anos). A maioria (70%) ocorreu no domicílio e em 42% com medicação do próprio. A classe “ansiolíticos, sedativos e hipnóticos” foi a mais frequentemente implicada e houve recurso a >1 classe farmacológica em 10%. Metade dos indivíduos tinha seguimento regular em consulta. A maioria referia factores desencadeantes (78%), sobretudo conflitos relacionais. Identificaram-se os seguintes factores de risco: tentativa de suicídio prévia 33% (50% destas por IMV); antecedentes pessoais ou familiares de psicopatologia - 74% e 56%, respectivamente; suporte familiar deficitário 65% e problemas escolares 57%.
Conclusão: O número de IMV verificado é significativo, assim como a presença de factores de risco conhecidos para cometer tentativa de suicídio (a salientar: antecedentes psicopatológicos e tentativa de suicídio prévia). O facto de metade dos doentes terem seguimento regular em Consulta de Saúde Mental e/ou Adolescentes, evidencia a dificuldade e necessidade de delinear estratégias preventivas mais eficazes.
Palavras Chave: intoxicações; voluntarias; pediatria