1 - Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa central
2 - NOVA Medical School/ Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa
3 - Dietética e Nutrição, Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa.
- Mesa redonda - Congresso Nacional de Aleitamento Materno. Lisboa, 27/05/2014
O índice de massa corporal (IMC), baseado no peso e estatura, é um método muito conveniente por requerer técnica simples e equipamento económico e portátil. O IMC é um bom indicador de excesso de peso, mas a sua fiabilidade (reliability) pode ser questionada na identificação de adiposidade, definida como percentagem de massa gorda corporal.
A validação do IMC, como indicador de adiposidade, tem sido estudada comparando com a medição da gordura corporal, por métodos considerados de referência na avaliação da composição corporal: ressonância magnética, absorciometria bifotónica (dual energy x-ray absorptiometry – DEXA), diluição de isótopo (eg, deutério), modelo de 4 compartimentos, pletismografia de deslocação de ar e condutibilidade elétrica corporal (total body electric condutivity - TOBEC).
No recém-nascido, o IMC parece ser um indicador fraco da adiposidade, escasseando estudos de validação entre o período neonatal e os dois anos de idade. A partir dos três anos de idade e até á adolescência inclusive, o IMC demonstrou ter forte/ moderada correlação ou associação com a adiposidade.
O Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil 2012 adoptou as curvas da OMS 2006 para vigilância do crescimento. Estas curvas incluem o IMC, instrumento potencialmente valioso na identificação precoce do excesso de peso e obesidade, por serem próximas ao padrão e construídas desde o nascimento. Enquanto se aguarda por mais estudos de validação do IMC como indicador de obesidade, será recomendável medir bem, calcular sistematicamente o IMC e registá-lo.
Palavras Chave: composição corporal, índice de massa corporal, pediatria