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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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IMMUNOCAP ISAC®: CONTRIBUTO PARA O ESTUDO DO PADRÃO DE SENSIBILIZAÇÃO A PÓLENS EM DOENTES COM ALERGIA RESPIRATÓRIA

Sara Prates2, José Pedro Almeida1, Elena Finelli2, Miguel Paiva2, Pedro Martins2, Paula Leiria Pinto2

1- Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte; EPE
2- Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE

- XXXV Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica; Porto 3 a 5 de Outubro de 2014 (Poster)

Introdução. O teste in-vitro ImmunoCAP ISAC® (ISAC) permite a detecção de IgE específica (sIgE) para um leque alargado de alergénios moleculares (AM). O objectivo deste trabalho foi analisar o padrão de sensibilização a AM de pólenes por ISAC e avaliar a concordância dos resultados com os dos testes cutâneos (TC).

Métodos. Analisaram-se retrospectivamente os doentes de Imunoalergologia no Hospital de Dona Estefânia com alergia respiratória (rinite e/ou asma) que efectuaram ISAC entre 2012-2014. Avaliámos os dados da anamnese, TC e de sIgE (ISAC). Na interpretação do ISAC considerou-se sensibilização a um pólen a detecção de sIgE para pelo menos um dos AM específicos de espécie.

Resultados. Incluíram-se 54 doentes (28M, 26F) com idade média de 22,7 ± 12,9 anos, 53 com rinite e 27 com asma. Dos 54 ISAC, 85.2% mostraram sensibilização a gramíneas, 42.6% oliveira, 14.8% plátano, 13% artemísia, 9.3% parietária, 7.4% quenopódio e 3.7% (n=2) bétula. Os pólenes de gramíneas, oliveira e plátano estão representados por mais que um AM. Para gramíneas, os mais comuns foram Cyn d 1 (87%), Phl p 1 (83%), Phl p 4 (54%), Phl p 2 (48%), Phl p 5 (44%). A associação dos alergénios Cyn d 1, Phl p 2 e Phl p 5 permite identificar 45 dos 46 com ISAC positivo, todos com TC positivos. Ole e 1 e Pla a 2 permitiram identificar todos os doentes com ISAC positivo para oliveira e plátano, respectivamente. A sensibilização a AM de reactividade cruzada foi frequente (57%). Os TC mais frequentes foram gramíneas (87%), oliveira (77.8%), bétula (29.6%), plantago (27.8%), plátano (25.9%) e parietária (20.4%). A análise de concordância (Kappa (K)) entre ISAC e TC mostrou um valor substancial em relação às gramíneas (K=0.77), moderado para parietária e plátano (K=0.57; 0.43), e baixo para oliveira (K=0.21).

Conclusões. O recurso a 3 AM de gramíneas permitirá diagnosticar a maioria dos doentes sensibilizados a estes pólenes. Quanto à oliveira e plátano, Ole e 1 e Pla a 2 são os AM com melhor capacidade diagnóstica. Documentou-se concordância substancial/moderada para gramíneas, parietária e plátano. Estes resultados reflectem provável sensibilização a AM de reactividade cruzada, motivando falsos positivos nos TC ou a falta de alergénios relevantes no ISAC. Nalguns casos, a substituição do ISAC por AM seleccionados de cada fonte alergénica poderá permitir, a menor custo, caracterizar o padrão de sensibilização e programar uma imunoterapia mais dirigida.

Palavras-Chave: ImmunocapISAC®, pólens, alergia respiratória