1- Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa
2- Serviço de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa
- Poster com Discussão, 15º Congresso Nacional de Pediatria
Caso Clínico: Apresenta-se o caso de uma lactente de 7 meses, evacuada de Cabo Verde, que no 1º mês de vida iniciou quadro de tosse estridulosa, sem febre. Desde então com múltiplos internamentos por febre e dificuldade respiratória hipoxemiante, com infiltrados radiográficos em diferentes campos pulmonares, sem agente isolado, tratada com múltiplos antibióticos. À admissão no Hospital Dona Estefânia, apresentava-se emagrecida, com candidíase oral, estridor bifásico audível, hipotonia axial, sem controlo cefálico, com hiperextensão cervical.
O murmúrio vesicular era mantido e simétrico, com roncos dispersos, fervores subcrepitantes bilaterais e ligeiro prolongamento do tempo expiratório. Foi feita avaliação analítica alargada, sem alterações a mencionar, tendo sido excluída Imunodeficiência primária. Realizou nasofibrolaringoscopia, com hiperémia da comissura posterior, cordas vocais móveis e edemaciadas. Para esclarecimento de estridor realizou broncofibroscopia, que revelou existência de hemangioma subglótico (condicionando lúmen transversal de 30% do normal), hemangioma traqueal (1/3 médio) e aspectos compatíveis com síndrome aspirativo recorrente. Após avaliação por Cardiologia Pediátrica, iniciou terapêutica com propanolol e corticóides, verificando-se uma melhoria gradual da sintomatologia respiratória, com concomitante melhoria do tónus e aumento de peso.
Conclusões: Este caso clínico ilustra uma causa pouco frequente de estridor congénito e é revelador do seu impacto no desenvolvimento.
Palavras Chave: Estridor, Hemangioma Subglótico