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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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Comportamentos Auto-Lesivos não suicidários na Adolescência

Ana Teresa Prata1, Neide Urbano1, Rita Rapazote1, Paula Vilariça1

1- Unidade de Pedopsiquiatria, Área de Pedopsiquiatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE, Lisboa

- XIII Simpósio Sociedade Portuguesa de Suicidiologia, Lisboa (Poster)

Introdução: O suicídio é a segunda causa externa de morte nos adolescentes em Portugal. Os comportamentos auto-lesivos (CAL) são um fator de risco importante porque ultrapassam a barreira entre a ideação e o ato suicida.
Existem vários tipos de CAL na adolescência. A maioria é de natureza impulsiva, precipitados por problemas relacionais e associados a diagnóstico do DSM-IV Eixo I.A importância do efeito de contágio entre adolescentes tem sido estudada, tendo em conta a frequência da partilha social desta vivência. Visto que os adolescentes apresentam elevadas taxas de pensamentos e comportamento auto lesivos, a caracterização dos CAL é essencial na avaliação do risco de suicídio neste grupo.

Objetivos: Caracterizar uma amostra de adolescentes com CAL da consulta externa de Pedopsiquiatria em termos de dados demográficos, fatores de risco, pedidos de ajuda, tipo de CAL e partilha online.

Métodos: Revisão da literatura. Seleção das variáveis. Consulta dos processos clínicos para recolha de dados. Tratamento estatístico (SPSS).

Resultados: A amostra é maioritariamente do sexo feminino, idade inferior a 15 anos, proveniente de família reconstruída. O diagnóstico depressão é o mais frequente nos adolescentes e progenitores. Traços de personalidade tipo B são comuns. As automutilações são principalmente cortes auto-infligidos como forma de alívio, premeditadas, desencadeadas por problemas familiares, sem pedido de ajuda associado. Geralmente o tempo que decorreu desde o início dos CAL e a primeira consulta foi superior a 6 meses. É comum a exposição atual ou anterior a CAL.

Conclusão: O perfil do adolescente com CAL na consulta da Clinica da Juventude é uma rapariga com menos de 15 anos, de família reconstruída, com perturbação depressiva e personalidade tipo B, com cortes auto-infligidos, com intuito de alívio, desencadeados por problemas ou conflitos familiares. A referenciação à consulta é da iniciativa da família e não corresponde a um pedido do próprio.

Palavras Chave: adolescência, comportamentos auto-lesivos