1- Unidade de Infecciologia Pediátrica, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa;
- “Doenças Emergentes e Re-emergentes”, 11º Encontro da Sociedade de Infecciologia Pediátrica da SPP, 14 de Março de 2014, Lisboa
- Comunicação oral
- Prémio para melhor comunicação oral
Introdução: Na última década, a incidência de infeção por Clostidium difficile (CD) na criança aumentou drasticamente. Contudo, a sua relevância clínica em idade pediátrica é muitas vezes questionável.
Métodos: Análise de quatro casos paradigmáticos em que CD foi detectado por método imunoenzimático (EIA), entre 2010 e 2013, no Hospital Dona Estefânia (HDE).
Resultados: Nos últimos quatro anos registaram-se 11 isolamentos de CD por EIA, tendo sido selecionados quatro para discussão: Caso 1: lactente de quatro meses, com história prévia de terapêutica antimicrobiana, internado por desidratação em contexto de diarreia com sangue, tendo sido diagnosticada infecção por Campylobacter jejuni e por CD;
Caso 2: adolescente de 15 anos com doença de Crohn agudizada em contexto de CD; Caso 3: criança de 10 anos com episódio transitório de diarreia nosocomial a CD em contexto de Aplasia Medular, que manteve EIA positivo estando assintomático; Caso 4: Criança de quatro anos com antecedentes de doença celíaca, cirurgia abdominal e antibioterapia múltipla com várias recorrências a CD.
Conclusão: O marcado aumento da incidência de infeção por Clostridium difficile associou-se a uma preocupação crescente em pesquisar este agente, incluindo em crianças da comunidade. Contudo, estudos indicam que a pesquisa abaixo dos 12 meses de idade não deve ser efectuada por rotina, uma vez que a colonização é frequente. A excreção de CD é prolongada, pelo que a cura não deve ser confirmada laboratorialmente. O tratamento das recorrências não é consensual.
Palavras Chave: Clostridium difficile, diarreia