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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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ALERGIA ÀS PROTEÍNAS DO LEITE DE VACA

Autores: J. Belo 1*, E. Finelli 1*, P. Martins 1,2, S. Prates 1, P. Leiria-Pinto 1,2

* As autoras contribuíram de igual maneira para a elaboração do artigo de revisão

Afliações:
1 Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
2 CEDOC, Faculdade de Ciências Médicas, FCM, Universidade Nova de Lisboa, 1169-056 Lisboa, Portugal

Divulgação:
Publicação sob a forma integral na Revista Notas de Pediatria.

Resumo:
A alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) consiste na alergia alimentar mais frequente em idade pediátrica, com uma prevalência estimada em 3% nos países europeus. Apresenta um pico de incidência durante o primeiro ano de vida e tem um carácter habitualmente transitório, sendo que a grande maioria dos casos resolve até aos 3 anos de idade. Fisiopatologicamente a APLV pode ocorrer através de mecanismos imunológicos em que intervém a IgE ou através de mecanismos não
mediados por IgE, sendo também possível a ocorrência de mecanismos imunológicos “mistos”, característicos do eczema atópico e das gastroenteropatias eosinofílicas. As manifestações clínicas da APLV compreendem um vasto espectro de reacções, que podem afectar os sistemas cutâneo, gastrintestinal e respiratório, com gravidade variável. O diagnóstico é estabelecido pela história clinica, suportada, quando relevante, pela identificação de IgE específicas por métodos in vivo e/ou in vitro, sendo a prova de provocação oral (PPO) precedida pela evicção de leite o método gold standard no diagnóstico de APLV. A terapêutica passa pela evicção de proteínas de leite de vaca (PLV) através da adopção de fórmulas adaptadas em que as PLV se encontram sob a forma extensivamente hidrolisada, sendo os leites de soja e de arroz opções alternativas, a partir dos seis meses de idade. Periodicamente deverá ser feita a monitorização da aquisição de tolerância imunológica às PLV através da repetição de PPO, antecedida, quando relevante, do doseamento de IgE específicas, evitando assim dietas de evicção prolongadas com potencial repercussão na nutrição e desenvolvimento da criança.

Palavras Chave: alergia às proteínas do leite de vaca; criança