1. CEDOC, Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade Nova de Lisboa, Campo dos Mártires da Pátria, 130, 1169-056, Lisbon, Portugal
2. Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Rua Jacinta Marto, 1169-045 Lisbon, Portugal
3. Departamento de Bioestatística e Informática, Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade Nova de Lisboa, Campo dos Mártires da Pátria, 130, 1169-056, Lisbon, CEAUL, Portugal
4. Centro de Investigação, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Rua Jacinta Marto, 1169-045 Lisbon, Portugal
5. Hospital da Luz, Avenida Lusíada, 100, 1500-650, Lisbon, Portugal
Acta Médica Portuguesa 27 (4), 444-449
Introdução: A prevalência de alergia a fármacos na população geral não se encontra devidamente caraterizada, existindo poucos estudos publicados que tenham abordado esta situação em crianças com idades inferior a seis anos de idade. Este estudo tem como objetivo principal estimar a prevalência de alergia a medicamentos reportada pelos pais de crianças de infantários de Lisboa e do Porto.
Materiais e Métodos: No âmbito da Fase II do projeto “ENVIRH – ambiente e saúde em creches e infantários”, foi aplicado um questionário sobre alergia a medicamentos aos pais das crianças, recrutadas por amostragem aleatória estratificada dos infantários.
Resultados: Foram analisados 1169 questionários, 52,5% de rapazes. A idade média foi de 3,5±1,5 anos. A prevalência de alergia a medicamentos reportada foi de 4,1% (IC 95%: 3,0 - 5,2%). Os fármacos mais referidos foram os antibióticos (em 27 reações) e os AINEs (em 6 reações). Na análise multivariável, a alergia a medicamentos reportada associou-se diretamente com a idade da criança (OR 1,19; IC 95% 1,01-1,41) e com a referência a alergia alimentar (OR 3,19; IC95% 1,41-7,19) e inversamente com o nível de escolaridade dos pais (OR 0,25; IC95% 0,10-0,59).
Discussão e Conclusão: A prevalência reportada de alergia a medicamentos é elevada no grupo etário estudado. Torna-se necessário que situações de alergia a medicamentos reportadas pelos pais sejam devidamente estudadas, no sentido de evitar evicções desnecessárias que possam condicionar opções terapêuticas em futuras situações de doença.
Palavras-chave: Alergia a medicamentos, criança, prevalência reportada