Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais. Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central EPE. Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa
- Simpósio de Farmacologia Neonatal 2012. 09/03. Hospital da Luz Lisboa (Palestra).
Os antibióticos são dos medicamentos mais utilizados em Neonatologia. O seu uso não é inócuo. Eles modelam a flora bacteriana do intestino do RN, induzem resistência bacteriana, contribuem para a selecção de estirpes resistentes e induzem o aparecimento de infecções fúngicas. A prescrição de antibióticos deve ser muito criteriosa e a duração do esquema terapêutica cuidadosamente avaliada. No RN pré-termo o uso de antibióticos por mais de 5 dias no primeiro esquema terapêutico está associado a maior risco de enterocolite necrosante, sepsis tardia e morte (Kuppala, 2011). Na escolha do antibiótico a prescrever devem ser tido em consideração vários aspectos: a razão da prescrição, os agentes mais frequentemente isolados em cada tipo de infecção e a sua sensibilidade habitual. Tirando ilacções dos resultados do registo nacional da infecção em UCIN é possível actualmente fazer uma prescrição muito dirigida uma vez que se conhecem os agentes mais frequentes em infecções de origem materna ou IACS e a sua sensibilidade. Sabemos que cerca de 72% das estirpes de E. coli são resistentes à ampicilina o que pode condicionar a prescrição na sépsis precoce. No que respeita às IACS as maiores preocupação dizem respeito à elevada prevalência de Staphylococcus coagulase negativa resistentes à meticilina o que implica um elevado uso de vancomicina. Preocupa também o isolamento ocasional de bactérias Gram negativo produtoras de beta lactamases de espectro estendido o que nos devem levar a ponderar os elevados riscos do uso indiscriminado de cefalosporinas de 3ª geração.
Palavras-chave: antibióticos, infecção de origem materna, infecção associada aos cuidados de saúde, recém-nascido.