Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais. Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central EPE. Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa
- Jornadas da Secção de Neonatologia da SPP 2012. 2/03. Hospital Fernando Fonseca, Lisboa (Palestra).
A par do oxigénio os antibióticos são os medicamentos mais prescritos numa UCIN. O uso intensivo de antibióticos está associado ao surgimento de resistência microbiana sobretudo se são usados antibióticos de largo espectro. Por isso é fundamental o conhecimento do comportamento das bactérias, do modo como funcionam os antibióticos mais utilizados em Neonatologia e da realidade de cada UCIN. A definição de resistência e multirresistência bacteriana devem ser bem conhecidos assim como os mecanismos como as bactérias os adquirem. Os microrganismos mais temíveis em UCIN são os Gram negativo produtores de beta lactamase, os MRSA e os MRSE e os Enterococcus resistentes à vancomicina. Nas UCIN portuguesas a taxa de RN com infecção hospitalar é de 8,5% e densidade de incidência da sepsis de 6/1000 dias de internamento.
Confrontando as bactérias isoladas em hemocultura e a sua sensibilidade por um lado e os antibióticos prescritos para tratar as infecções sistémicas por outro, conclui-se que existe uma discrepância importante. O antibiótico administrado pode ser de mais largo espectro do que o necessário sugerindo que a prescrição não é corrigida nem toma em consideração o conhecimento da sensibilidade dos agentes nas Unidades. É por isso desejável que além de protocolos de atuação em situações de sépsis haja políticas correctas de antibióticos, nacionais ou pelo menos em cada UCIN. Por outro lado deve haver uma preocupação constante na aplicação correcta de todos os mecanismos conhecidos de controlo de infecção de modo a condicionar o mais possível a prescrição de antibióticos.
Palavras-chave: antibióticos, bactérias, multirresistência.