Serviço de Patologia Clínica – Centro Hospitalar de Lisboa Central
Introdução: A hepatite C, com cerca de 170 milhões de infetados no Mundo inteiro, constitui uma causa importante de morbilidade e de mortalidade sendo um grave problema de Saúde Pública. Em Portugal as estimativas apontam para 140-150 mil casos de infeção, o que corresponde a uma prevalência de 1,5%. Com o desenvolvimento das técnicas de biologia molecular a determinação da carga vírica e dos genótipos do VHC tornou-se uma mais valia para a monitorização dos doentes. Posteriormente, estudos revelaram que o polimorfismo da IL28B influencia a resposta à terapêutica sendo muito importante a sua determinação antes do inicio da mesma.
Material e métodos: A genotipagem do VHC é realizada com recurso a uma técnica de PCR clássica. A carga vírica é efetuada através de uma técnica de PCR em tempo real, sendo possível a deteção e quantificação do ARN do VHC. Utilizando a PCR é possível detetar a viremia, antes da seroconversão, e flutuações de carga viral em pacientes com infeção crónica por VHC submetidos a terapêutica antiviral.
A determinação do polimorfismo da IL28B é efetuada através de uma técnica de PCR em tempo real, estando associada à resposta ao tratamento do VHC.
Resultados: Noano de 2012 a Biologia Molecular do Hospital de S. José efectuou 676 cargas virais do VHC. Em relação à genotipagem do VHC realizaram-se 151 testes distribuídos da seguinte forma: 38 genótipos 1 (25.16%), 18 genótipos 1a (11.92%), 34 genótipos 1b (22.52%), 3 genótipos 2 (1.99%), 39 genótipos 3a (25.83%), 17 genótipos 4 (11.26%), 1 genótipo 4b (0.66%) e 1 genótipo 5a (0.66%). O número de IL 28 B foi de 210 testes, sendo 107 CT (50.95%), 75 CC (35.71%) e 28 TT (13.34%).
Conclusões: A determinação laboratorial dos marcadores moleculares do VHC é imprescindível para a avaliação dos doentes infectados pelo VHC pré, durante e após o tratamento. O genótipo do VHC, a cinética vírica em especial a resposta virológica rápida e os polimorfismos da IL28B são fatores preditivos da resposta à terapêutica pelo que a sua execução exige testes de grande qualidade com excelentes sensibilidade e especificidade como os escolhidos pela Biologia Molecular do CHLC. A disponibilização dos resultados em tempo útil e a sua fiabilidade são determinantes para o sucesso do tratamento dos doentes com hepatite C crónica.
Palavras-chave: hepatite C crónica, marcadores moleculares